Ora Pois https://orapois.blogfolha.uol.com.br Um olhar brasileiro sobre Portugal Mon, 29 Nov 2021 10:25:51 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Primeira série portuguesa da Netflix, ‘Glória’ é thriller de espionagem que combina Guerra Fria e história lusa https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/11/10/primeira-serie-portuguesa-da-netflix-gloria-e-thriller-de-espionagem-que-combina-guerra-fria-e-historia-lusa/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/11/10/primeira-serie-portuguesa-da-netflix-gloria-e-thriller-de-espionagem-que-combina-guerra-fria-e-historia-lusa/#respond Wed, 10 Nov 2021 11:05:40 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/Gloria_netflix-1-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=2625 Primeira série original portuguesa na Netflix, “Glória” estreou na plataforma de streaming na última sexta-feira (5). A produção é um thriller de espionagem ambientado na Guerra Fria, mas que adiciona muitos elementos da história de Portugal à clássica disputa entre americanos e soviéticos.

A trama se passa na cidadezinha de Glória do Ribatejo em 1968, quando a ditadura do Estado Novo, comandada com mãos de ferro por António de Oliveira Salazar, já dava sinais de declínio.

O protagonista da história é o engenheiro João Vidal (Miguel Nunes), filho de um alto dirigente do regime salazarista. Após combater na guerra colonial portuguesa em Angola, o jovem acaba recrutado pela KGB, o serviço secreto da União Soviética.

De volta a Portugal, o personagem vai trabalhar em um centro de transmissão de rádio operado por oficiais dos Estados Unidos em solo português. É a partir de lá que os americanos transmitem propaganda ocidental para países sob a cortina de ferro soviética.

A Rádio Retransmissão (Raret) de fato existiu em Portugal na Guerra Fria, e até hoje suas operações têm uma componente de mistério para muitos portugueses.

Além da disputa entre KGB e CIA, a trama aborda vários elementos da realidade portuguesa da época, como o horror da guerra colonial, com o alistamento compulsório de milhares de jovens, e a brutalidade da Pide, a polícia política do regime de Salazar.

Com direção de Tiago Guedes e argumento de Pedro Lopes, a primeira temporada tem dez episódios. “Glória” é uma coprodução com a SPi e da RTP, a emissora pública de Portugal, que também irá transmitir a série no futuro.

A Netflix disponibiliza a opção de legendas em português do Brasil.

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Produção sobre tragédia de Mariana leva prêmio do júri no festival DocLisboa https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/11/03/producao-sobre-tragedia-de-mariana-leva-premio-do-juri-no-festival-doclisboa/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/11/03/producao-sobre-tragedia-de-mariana-leva-premio-do-juri-no-festival-doclisboa/#respond Wed, 03 Nov 2021 16:32:59 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/lugarmaissegurodomundoofilme-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=2616 O documentário “O Lugar Mais Seguro do Mundo”, que aborda a tragédia do rompimento da barragem em Mariana (MG), acaba de ganhar o prêmio do júri da competição internacional no festival DocLisboa, em Portugal.

Ocorrido novembro de 2015, o colapso da barragem da Samarco, joint-venture da Vale e da mineradora anglo-australiana BHP, provocou um “tsunami” de lama que deixou 19 mortos e um rastro de destruição social e ambiental.

O filme premiado, dirigido pelas brasileiras Helena Wolfenson e Aline Lata, apresenta o desastre de Mariana através da história de Marlon: um jovem que vê sua vida completamente transformada ao se tornar vítima da catástrofe.

Obrigado a se mudar do campo para a periferia da cidade, Marlon enfrenta novos conflitos e é testemunha de outra tragédia ligada à mineração no Brasil: o rompimento da barragem de Brumadinho, também em Minas Gerais, que deixou 272 mortos em janeiro de 2019.

Foram mais de cinco anos acompanhando a vida de Marlon e de outros moradores de Bento Rodrigues, distrito de Mariana vizinho à barragem e que ficou completamente arrasado pela onda de lama.

“O filme fala muito sobre casa, sobre pertencimento e sobre as grandes injustiças de tudo o que aconteceu, da negligência das empresas de mineração. O Marlon está sempre lutando, inclusive pelo direito de estar na casa de Bento Rodrigues. A casa dele é uma que não foi diretamente atingida pela lama, mas que ficou ilhada por ela. A casa está lá com toda a cidade destruída ao redor”, diz Aline Lata.

O título, “O Lugar Mais Seguro do Mundo”, faz referência à atual situação do distrito: cercado de câmeras, com monitoramento de seguranças da Samarco e tentativas de restrição de acesso.

“Antes da tragédia, não havia nada disso. Não tinha câmera de segurança, não tinha sirene. Por isso que todo mundo teve de sair correndo de casa, com muitos riscos, sem nenhum tipo de aviso. Agora tem todo tipo de segurança. O nome do filme tem muito a ver com isso. É uma fala do Marlon, uma reflexão sobre o lugar que ele gostaria de voltar, que é a casa dele, que se tornou o lugar mais seguro do mundo. Tem esse lado que é importante falar, que é essa apropriação da empresa de algo que não é dela”, completa Aline Lata.

A versão finalizada do documentário fez sua estreia mundial em Lisboa.

“Foi muito surpreendente e ao mesmo tempo muito positivo. A gente ainda não tinha saído com o filme para o mundo, não sabíamos como ele iria ressoar em outras realidades, em pessoas que nunca tinham ouvido falar dessa tragédia e dessa condição que nós vivemos no Brasil, de ter tantas tragédias, que acontecem quase cotidianamente”, diz Helena Wolfenson.

Wolfenson conta que o filme teve um percurso um pouco diferente do tradicional.

“Aconteceu um pouco pelo caminho inverso de muitos filmes, que é ter um pré-roteiro e um planejamento e, a partir daí, partir para o desenvolvimento. Nós fomos um pouco pelo oposto.Eu e a Aline fomos levadas a Mariana por razões diferentes e nos conectamos lá. A gente se conhecia brevemente de São Paulo, mas não tínhamos ideias de fazer este filme. Nós conhecemos o Marlon e os amigos deles, e as coisas foram acontecendo”, completa.

O filme ainda não tem data de estreia no Brasil, mas deve participar de festivais brasileiros já nos próximos meses.

 

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Livro sobre os ‘pecados da colonização portuguesa’ vira best-seller na Suécia https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/10/11/livro-sobre-os-pecados-da-colonizacao-portuguesa-vira-best-seller-na-suecia/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/10/11/livro-sobre-os-pecados-da-colonizacao-portuguesa-vira-best-seller-na-suecia/#respond Mon, 11 Oct 2021 15:19:35 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/Viagem_Sete_pecados_colonizacao_portuguesa-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=2590 Correspondente do jornal Dagens Nyheter, o maior da Suécia e da Escandinávia, Henrik Brandão Jönsson, 52, vive há 20 anos no Rio de Janeiro. Antes de se fixar no Brasil, o jornalista morou ainda em Portugal e em Cabo Verde, o que lhe rendeu um enorme interesse por tudo relacionado à lusofonia.

O entusiasmo de Brandão Jönsson com o tema acabou por convencer um editor da Suécia a publicar um livro sobre o universo da colonização portuguesa, com a provocadora premissa dos pecados espalhados pelos exploradores lusitanos.

Sem grandes expectativas, a editora programou o lançamento de “Viagem pelos Sete Pecados da Colonização Portuguesa”  para agosto –principal mês das férias de verão na Europa e um período tradicionalmente pouco movimentado no mercado literário escandinavo.

O desempenho da obra surpreendeu: em duas semanas, a primeira edição se esgotou. A segunda também desapareceu das prateleiras em cerca de 15 dias.  Pouco mais de um ano após o lançamento, o livro está na sétima edição.

“Do nada virou um best-seller, já vendeu mais de 10 mil cópias. Os editores se perguntaram como é que um livro sobre a lusofonia pode vender tão bem. Eu acho que os suecos são um povo que gosta de viajar. Nós temos uma história forte com alguns países lusófonos. A Suécia foi o primeiro país europeu a reconhecer a independência de Moçambique, Guiné Bissau e Angola. Durante a guerra colonial, o governo sueco apoiou a luta pela independência”, diz o jornalista, em português com forte sotaque carioca.

O sucesso na Escandinávia, somado ao fato  de sua agente literária na Suécia ser uma portuguesa emigrada, favoreceu a publicação da obra em Portugal. Lançado pela editora Objectiva, a edição em língua portuguesa acaba de chegar às livrarias.

Em Lisboa para o lançamento, Brandão Jönsson –o sobrenome português foi incorporado após o casamento com uma brasileira– diz estar curioso para ver as reações dos leitores lusitanos sobre a obra.

O livro é dividido em sete capítulos. Seis deles são dedicados às antigas colônias, cada uma com seu respectivo pecado capital associado: Goa (gula), Moçambique (luxúria), Macau (avareza), Timor-Leste (soberba), Angola (ira) e Brasil (preguiça).

O capítulo final é dedicado a Portugal, que, na avaliação do jornalista, tem como pecado a inveja.

A associação de cada pais e seu respectivo pecado é uma avaliação bastante subjetiva, sendo uma interpretação do autor sobre as características de cada um dos lugares que visitou.

Algumas ligações são mais óbvias, como a relação entre Macau –único território da China em que cassinos são liberados– e a avareza. Outras, precisam de uma certa ginástica filosófica.

Fachada do Grand Lisboa, complexo de hotel e cassino localizado em Macau | Foto: Divulgação
Fachada do Grand Lisboa, complexo de hotel e cassino localizado em Macau | Foto: Divulgação

“Timor Leste foi o mais difícil, porque é um país muito simpático, muito humilde. Você não poderia pensar em por soberba em um país com 1,2 milhões de pessoas. Mas eles têm um mito por lá: eles acham que são o povo do crocodilo, porque eles querem se sentir melhores do que a Indonésia [que já dominou o país]. Eles querem se diferenciar porque são cristãos, querem mostrar que são mais fortes do que a Indonésia”, explica.

O livro foi escrito em primeira pessoa e é resultado de viagens que começaram em 2016. O texto é uma espécie de grande reportagem, mesclando elementos de história e política de cada região com observações feitas in loco e entrevistas. Muitas entrevistas.

As conversas foram sobre variados temas e com diferentes perfis. Em Moçambique, por exemplo, Brandão Jönsson entrevistou desde pessoas que se prostituem em bares e discotecas até o escritor Mia Couto, um dos principais nomes da literatura africana.

“Aprendi muito com Åsne Seierstad [jornalista norueguesa], que escreveu ‘O Livreiro de Cabul’. Na obra fica muito claro que ela é uma branca de olhos azuis que mora em Cabul, e o livro incorpora isso. Eu quis fazer a mesma coisa: eu sou um sueco mimado, de olhos azuis, que estava vendo as coisas de uma determinada maneira. Eu sempre quis que isso ficasse muito claro”, relata.

No capítulo sobre o Brasil, a associação com a preguiça é feita em forma de crítica social, chamando a atenção para o fato de que os séculos de  escravatura fizeram com que muitos brasileiros tivessem aversão ao trabalho doméstico e a outras formas de ocupações.

Certos setores pouco produtivos do funcionalismo público e as generosas pensões para filhas de militares também são alvo de crítica.

“Eu sou do país da Ikea, onde temos por hábito fazer tudo sozinhos. Infelizmente, no Brasil ainda tem isso de deixar o outro fazer. Mas é claro que há quem trabalhe muito, como as pessoas que moram no subúrbio e acordam às 4h30 para pegar o trem e ir para o serviço”, explica.

No livro, o jornalista sueco descreve o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como a definição do brasileiro preguiçoso.

“Bolsonaro é um exemplo típico da preguiça do homem branco no Brasil. O nacionalista de direita acusa os descendentes das pessoas escravizadas de não trabalharem, apesar de terem sido eles quem, literalmente, construíram o país. Na realidade, Bolsonaro é quem não faz muito: foi expulso do Exército logo no grau de capitão, por conduta imprópria, e durante as suas quase três décadas como deputado só conseguiu a aprovação de dois projetos-lei — uma média de uma lei a cada quinze anos. Nem um caracol trabalha tão lentamente”, escreve.

Em seu capítulo sobre Portugal e a inveja, o jornalista sueco recorre ao pensamento do filósofo português José Gil: :”ele fala que inveja em Portugal não é um sentimento, é um sistema. Isso, é claro, é uma provocação”, diz o autor.

Segundo Henrik Brandão Jönsson, Portugal gosta de falar das glórias do passado e da época dos Descobrimentos sem tocar em outras questões que também fizeram parta da colonização.

“Tem o outro lado também: quem inventou o tráfico transatlântico de escravos foram os portugueses. Claro, existiam muitos escravos antes, como no Egito e em outros lugares, mas essa coisa de fazer negócio em larga escala com a escravidão, isso foram os portugueses”, diz.

Apesar das críticas, o livro exalta muitas qualidades e pontos históricos e culturais de Portugal e de suas antigas colônias.

“O livro é uma declaração de amor ao mundo lusófono, não estou só criticando. Como eu sou sueco e não tenho nada a ver com o mundo lusófono, eu posso criticar e elogiar. Se fosse um português escrevendo sobre a mesma coisa, poderia acontecer de pender mais para o elogio ou para a crítica. Mas, como eu tenho um olhar de fora, consigo avaliar como jornalista aquilo que é bom ou rui”, resume.

A obra, por enquanto, não tem previsão de lançamento no Brasil.

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Portugal pondera reabrir discotecas como incentivo à vacinação de jovens https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/07/20/portugal-pondera-reabrir-discotecas-como-incentivo-a-vacinacao-de-jovens/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/07/20/portugal-pondera-reabrir-discotecas-como-incentivo-a-vacinacao-de-jovens/#respond Tue, 20 Jul 2021 17:11:01 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/Portuga_reabertura_discotecas-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=2516 Fechadas desde março de 2020, ainda no começo da pandemia, as discotecas de Portugal podem estar próximas da reabertura. O governo pondera liberar os estabelecimentos de diversão noturna como forma de incentivar a vacinação dos mais jovens.

Responsável pela coordenação da resposta à pandemia na região de Lisboa, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, afirmou que “já começa a ser altura de podermos pensar abertamente” na reabertura do setor, parado há mais de um ano.

“Tendo a achar que o momento [de reabertura das discotecas e bares] deveria coincidir com o momento em que a vacinação está disponível para os maiores de 18 anos: introduziríamos essa medida porque os jovens iriam atrás da vacina para terem uma vida social mais liberta. Era um incentivo que acho que faria todo o sentido”, afirmou, em entrevista ao jornal Público e à rádio Renascença.

Há duas semanas, Portugal decidiu condicionar a entrada nas áreas internas dos restaurantes – e também os check-ins em hotéis e outros alojamentos turísticos– à vacinação completa ou à apresentação de um teste negativo para a Covid-19 recente.

No caso dos restaurantes, a medida por enquanto é válida apenas aos fins de semana, nas cidades que apresentam número elevado de casos. Atualmente, a lista inclui Lisboa, Porto e vários dos principais destinos turísticos do país.

Para os alojamentos turísticos, a obrigatoriedade vigora, todos os dias, em Portugal inteiro.

Duarte Cordeiro, no entanto, não deu nenhum prazo para a retomada da vida noturna. Ele afirmou que este é um movimento que “tem de ser absolutamente consensual”, podendo vir a acontecer somente “à medida que vamos atingindo objetivos concretos na vacinação”.

Após meses com a pandemia sob controle, Portugal vive uma quarta onda de infecções, puxada pela disseminação da variante delta, que já é responsável por 95% dos casos no país.

Até esta terça-feira (20), 64,37% da população do país recebeu ao menos uma dose da vacina, e 46,4% têm a imunização completa.

 

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São Paulo tem festival de cinema português com entrada grátis https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/07/14/sao-paulo-tem-festival-de-cinema-portugues-com-entrada-gratis/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/07/14/sao-paulo-tem-festival-de-cinema-portugues-com-entrada-gratis/#respond Wed, 14 Jul 2021 17:00:06 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2021/07/Filme_aPortuguesa-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=2510 Com uma ampla seleção de produções do cinema português contemporâneo, a mostra “De Portugal para o Mundo” estará em cartaz no CCBB de São Paulo entre 14 de julho e 9 de agosto.

São 28 filmes, entre curtas e longas-metragens, todos com entrada grátis. Além das sessões de cinema, o evento tem ainda debates com especialistas e até bate-papo com alguns dos diretores.

A mostra estreia com “Vitalina Varela”, de Pedro Costa, ainda inédito no circuito comercial do Brasil.

O longa já venceu alguns prêmios no circuito internacional, como o de melhor atriz e de melhor fotografia da ICS (International Cinephile Society).

A produção conta a história de Vitalina Varela, cabo-verdiana de 55 anos que viveu mais de duas décadas à espera do reencontro com o marido, Joaquim, que imigrara para Portugal. Ela chega ao país três dias após o funeral do cônjuge e acaba se deparando com uma realidade bem diferente daquela que idealizara.

A curadoria é de Pedro Henrique Ferreira, que optou por se concentrar nas produções lusas com prêmios e sucesso internacional, como “A Portuguesa” (2019), de Rita Azevedo Gomes; “Tabu” (2012), de Miguel Gomes; “O estranho caso de Angélica” (2010), de Manoel de Oliveira.

Outro destaque é “Balada de um Batráquio”(2016), de Leonor Teles, que venceu o Urso de Ouro de melhor curta-metragem no festival de Berlim. O documentário de linguagem inovadora fala sobre a  tradição de colocar sapos de louça em lojas e restaurantes como forma de afastar frequentadores de etnia cigana.

Por conta das restrições sanitárias da Covid-19, não haverá bilheteria presencial. Todos os ingressos devem ser reservados pelo site.

Além do uso obrigatório de máscara durante as sessões, as salas terão capacidade máxima de 50% de ocupação e distanciamento de dois metros entre as poltronas.

SERVIÇO
Centro Cultural Banco do Brasil – Cinema
R. Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo
Tel. 3113-3651
Até 9/8. É necessário fazer inscrição pelo site do evento. GRÁTIS

 

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Portugal quer processar grife americana que copiou design de agasalho tradicional https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/03/30/portugal-quer-processar-grife-americana-que-copiou-design-de-agasalho-tradicional/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/03/30/portugal-quer-processar-grife-americana-que-copiou-design-de-agasalho-tradicional/#respond Tue, 30 Mar 2021 08:42:00 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2021/03/ToryBurch_CamisolaPoveira-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=2326 O governo de Portugal anunciou que está estudando alternativas judiciais contra a grife americana Tory Burch. A marca, criada pela estilista de mesmo nome, foi acusada de vender, como se fosse uma criação própria, uma peça de fabricação tradicional lusa.

A chamada camisola poveira é um dos ícones do artesanato da cidade de Póvoa de Varzim, região pesqueira no Norte do país, e está em processo de certificação internacional. A peça é feita de lã grossa oriunda da Serra da Estrela e decorada, usando um marcante bordado avermelhado, com motivos alusivos ao mar, como peixes e caranguejos.

Detalhe importante: camisola, em Portugal, tem um significado diferente do Brasil. No português lusitano, camisola é uma espécie de agasalho , uma blusa de manga longa.

Algo muito próximo ao inconfundível casaco lusitano estava disponível no site da marca como se fosse uma criação original. Além de não haver nenhuma menção a Portugal, a descrição do artigo ainda dizia que o design era inspirado na região de Baja, no México.

Há vários detalhes da peça, no entanto, que tornam insustentável a alegação de inspiração mexicana.

Além de ter todas as características originais da Póvoa de Varzim, como os motivos ligados ao mar e à pesca bordados em ponto-cruz, o sweater tem ainda o símbolo da família real portuguesa.

A coroa da monarquia portuguesa –que nunca foi exatamente popular em terras mexicanas– está estampada bem no peito da blusa.

Caso repercutiu em sites especializados em moda, como o Diet Prada | Foto: Reprodução/Instagram/DietPrada
Caso repercutiu em sites especializados em moda, como o Diet Prada | Foto: Reprodução/Instagram/DietPrada

No site da estilista americana, a peça, que tem design centenário e foi tradicionalmente usada por pescadores, era vendida por 695 euros (cerca de R$ 4.715): entre nove e dez vezes o valor normalmente praticado pelas artesãs locais.

POLÊMICA

A história veio à tona após uma publicação de um político da cidade.

Em entrevista ao jornal Público, Ricardo Silva contou que ficou sabendo do caso através de um conterrâneo. Ele diz ter entrado em contato com a grife por e-mail e pelas redes sociais, mas que não obteve resposta.

“É fácil para uma marca internacional apropriar-se selectivamente de peças tradicionais, que incluem nas suas colecções a dez vezes o preço praticado pelas artesãs. Uma coisa é utilizar motivos decorativos ou a estrutura da malha, outra é fazer uma cópia sem sequer assumir o nome da peça ‘camisola poveira’ de Portugal. Bastava isso”, afirmou.

Após a publicação da reportagem inicial, vários portugueses invadiram as redes sociais da Tory Burch com reclamações.

Inicialmente, a grife não prestou declarações e manteve o casaco à venda no site,  removendo, no entanto, a alegação de que a peça seria de inspiração mexicana.

Com o aumento da repercussão, inclusive em sites de moda internacional, a Tory Burch acabou se pronunciando.

Em nota publicada nas redes sociais, a criadora da marca deixou uma nota –repleta de erros de português– classificando o episódio como um erro e pedindo desculpas pelo ocorrido.

“Foi um erro não termos feito referência ás bonitas e tradicionais camisolas de pescador tão representativos da cidade da Póvoa de Varzim” (sic), afirmou.

Segundo Tory Burch, a marca estaria em negociações com a Câmara Municipal (prefeitura) da cidade para melhor apoiar as artesãs da cidade.

Parecia que o caso iria se encerrar por aí, mas o governo português decidiu não deixar a história passar em branco.

Em nota, o ministério da Cultura afirmou que já está buscando alternativas judiciais e extra-judiciais para responsabilizar a marca pelo que chamou de apropriação abusiva da cultura portuguesa.

“Após ter tomado conhecimento das suspeitas de uma eventual apropriação abusiva de um importante patrimônio imaterial português – a camisola poveira – o governo está determinado em agir em conformidade na proteção deste saber fazer português”, diz o texto.

“O governo, tendo comunicado a sua intenção à Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, fará o que estiver ao seu alcance para que quem já reconheceu publicamente o seu erro não se demita das suas responsabilidades e corrija a injustiça cometida, compensando a comunidade poveira”, finaliza.

Em meio às polêmicas, vários portugueses esmiuçaram o site da grife e descobriram que há mais semelhanças com o design tradicional do país. Na linha de utensílios para casa da Tory Burch, há peças de cerâmica inspiradas em vegetais, sobretudo couves.

Pratos e baixelas com couves decorativas são justamente a marca registrada de uma das mais famosas marcas portuguesas: a Bordallo Pinheiro.

Nas redes sociais, a marca aproveitou para ironizar o caso.

 

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Bibliotecas de Lisboa têm delivery grátis de livros durante o lockdown https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/03/12/bibliotecas-de-lisboa-tem-delivery-gratis-de-livros-durante-o-lockdown/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/03/12/bibliotecas-de-lisboa-tem-delivery-gratis-de-livros-durante-o-lockdown/#respond Fri, 12 Mar 2021 13:04:33 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2021/03/Lockdown_Bibliotecas-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=2303 O lockdown contra a Covid-19  obrigou bibliotecas e livrarias de Portugal a fecharem as portas. Em Lisboa, enquanto os leitores não podem ir até os livros, são os livros que vão até os leitores.

A rede de bibliotecas municipais da cidade lançou um programa que entrega em casa, gratuitamente, até cinco obras à escolha de seus sócios.

Além de romances e livros técnicos e didáticos, é possível pedir revistas, CDs e DVDs do catálogo de qualquer uma das bibliotecas municipais.

Inaugurado há pouco mais de um mês, o “Biblioteca à sua porta” tem conquistado os lisboetas.

Após escolher as obras disponíveis no site oficial, o usuário precisa enviar uma e-mail com o título do material pretendido e as devidas referências catalográficas, além de suas informações pessoais e endereço de entrega.

Como o serviço só está disponível para quem tem a carteirinha da rede de bibliotecas, os organizadores também simplificaram o processo de adesão, que também pode ser feito completamente online.

Após confirmar a disponibilidade das obras –pode ser preciso esperar por alguns livros–, a equipe das bibliotecas entra em contato para agendar a entrega.

O delivery é feito por um funcionário com máscara e roupa de proteção.

A privacidade do gosto literário dos usuários é protegida. Os livros vêm embalados em um envelope de papel pardo, sem qualquer identificação dos títulos que contêm.

Livros são entregues em envelopes que garantem a privacidade do conteúdo | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress
Livros são entregues em envelopes que garantem a privacidade do conteúdo | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress

Os empréstimos têm duração de um mês e podem ser renovados.

Leitores que não falam português também têm acesso simplificado ao projeto, que tem uma página informativa em inglês. No acervo das bibliotecas lisboetas há muito material em línguas estrangeiras, especialmente em inglês, francês e espanhol.

O processo foi simples até para uma marinheira de primeira viagem nos arquivos municipais como eu.

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Com Portugal em confinamento, festival literário ganha versão online acessível no Brasil https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/02/25/com-portugal-em-confinamento-festival-literario-ganha-versao-online-acessivel-no-brasil/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/02/25/com-portugal-em-confinamento-festival-literario-ganha-versao-online-acessivel-no-brasil/#respond Thu, 25 Feb 2021 12:48:19 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2021/02/Correntes2021-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=2287 Por conta do lockdown contra a Covid-19 em Portugal –em vigor desde 15 de janeiro–, o tradicional festival literário Correntes D’Escritas migrou a programação de sua 22ª edição para o ambiente virtual. O acesso às atividades, que acontecem na sexta-feira (26) e no sábado (27), é grátis e está disponível no Brasil.

Autores de destaque da literatura em língua portuguesa participam do encontro, incluindo nomes como Valter Hugo Mãe, Afonso Cruz, Hélia Correia, Lídia Jorge, Fernanda Torres, Ondjaki, Pepetela, Rui Zink e Onésimo Teotónio Almeida.

Realizado na pequena Póvoa de Varzim, terra natal do escritor Eça de Queiroz, o Correntes D’Escrita se notabilizou por levar discussões sobre cultura e literatura para fora das fronteiras de Lisboa e do Porto. Em condições não pandêmicas, o festival ocupa vários pontos da cidade e é um convite a descobrir também os encantos do Norte do país.

“Apesar da não realização de sessões in loco, recorreremos a outro formato que nos permitirá dar resposta ao
público que querendo participar diretamente e ao vivo, como sempre fez, não o poderá fazer. Em 2021 a Covid-19 obriga-nos a sair da zona de conforto, sem sair do confinamento. A deixar o nosso canto e a abrir portas ao mundo através da Internet”, dizem os organizadores.

A edição de 2021 homenageia ainda o escritor chileno Luís Sepúlveda, que morreu de Covid-19 em abril, pouco tempo depois de ter sido um dos principais convidados do Correntes D’Escrita em 2020.

Além de debates entre escritores, o festival traz ainda a exibição de vídeos, uma exposição fotográfica e outras experiências relacionadas ao universo cultural da cidade.

A programação completa está disponível no site da Câmara Municipal de Póvoa de Varzim.

As transmissões acontecem entre as 11h e as 19h na hora de Portugal (8h e 16h de Brasília) e podem ser acessadas em:

https://www.cm-pvarzim.pt/
https://www.facebook.com/cmpovoadevarzim
https://www.facebook.com/correntesdescritas

 

 

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Pandemia também cancela o Carnaval em Portugal https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/02/10/pandemia-tambem-cancela-o-carnaval-em-portugal/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/02/10/pandemia-tambem-cancela-o-carnaval-em-portugal/#respond Wed, 10 Feb 2021 13:28:13 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2021/02/Buetolo_2018-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=2255 A Covid-19 também provocou o cancelamento dos festejos de Carnaval do outro lado do Atlântico. Escolas de samba, bailes e blocos –que ganharam grande popularidade nos últimos anos graças ao aumento da imigração brasileira– não serão realizados neste ano em Portugal por conta do agravamento da pandemia.

Após um mês de janeiro com alta generalizada de novos casos e mortes, a pandemia já dá sinais de desaceleração no país. Mesmo assim, o confinamento geral –e suas restrições de deslocamento e aglomerações– devem permanecer até meados de março.

Com isso, a folia momesca também acabou vítima do SARS-CoV-2. Antes mesmo do anúncio das restrições pelo governo, vários organizadores de blocos e escolas de samba já haviam anunciado, voluntariamente, o cancelamento dos festejos.

Foi o caso da associação Blocos de Lisboa, que se antecipou às proibições oficiais.

“O Carnaval é uma expressão que valoriza a vida, o amor e o respeito ao próximo, por isso só faz sentido realizá-lo quando for seguro à população”, disse o grupo, em nota.

A entidade apela que os foliões permaneçam em casa, mas chama a atenção também para a necessidade de maiores apoios do governo português ao setor cultural.

Responsável pelo Bué Tolo, que levou mais de 2 mil pessoas para as ruas da capital portuguesa em 2020, o carioca Leonardo Mesquita diz que os blocos viviam um momento de crescimento no país, e que tem havido uma tentativa de organização para a incorporação definitiva dos desfiles entre os eventos oficiais da cidade.

“O movimento de Carnaval de rua de Lisboa só aumenta, até por conta de cada vez mais brasileiros chegarem por aqui. Antes eram 2 ou 3 blocos, hoje já são uns 11”, enumera.

“A ideia é sempre levar a alegria pra todos, com responsabilidade. Por isso, estamos criamos também uma Liga dos Blocos, para que possamos ser reconhecidos como um evento cultural e entrar no calendário oficial da cidade”, completa.

Tradicionais em vários pontos do país, as escolas de samba – inspiradas nas originais brasileiras – também não realizarão desfiles.

No caso das agremiações da região Centro, a decisão foi tomada ainda em setembro do ano passado. Com isso, as escolas de samba de Ovar, Estarreja, Torres Vedras, Figueira da Foz e Mealhada não sairão neste ano.

Para compensar a ausência, algumas agremiações estão promovendo eventos online.

Carnaval na ilha da Madeira | Foto: Francisco Correia/Visit Madeira
Carnaval na ilha da Madeira | Foto: Francisco Correia/Visit Madeira

No arquipélago da Madeira, que tem o Carnaval mais famoso de Portugal, o desfile das escolas de samba também foi cancelado.

Para tentar evitar aglomerações clandestinas, o governo regional determinou toque de recolher a partir das 18h durante a semana do Carnaval.

Ao contrário do Brasil, o Carnaval em terras lusas não é feriado, mas era habitual que o governo e algumas empresas dessem tolerância de ponto na terça-feira. Neste ano, porém, a regra é não facilitar.

Pela primeira vez desde que assumiu o governo, em 2015, o primeiro-ministro António Costa (Partido Socialista) não dará tolerância de ponto para os funcionários públicos na data. As escolas também deverão seguir o calendário normal de aulas, embora o ensino esteja funcionando atualmente à distância.

 

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Novo podcast usa literatura como fio condutor para debate sobre atualidade em países lusófonos https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/01/28/novo-podcast-usa-literatura-como-fio-condutor-para-debate-sobre-atualidade-em-paises-lusofonos/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/01/28/novo-podcast-usa-literatura-como-fio-condutor-para-debate-sobre-atualidade-em-paises-lusofonos/#respond Thu, 28 Jan 2021 08:00:56 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2021/01/Paulina_Chiziane-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=2247 A língua portuguesa é o ponto de partida do recém-lançado podcast “Cruzamentos Literários”, que usa a literatura como fio condutor para discussões de temas atuais no universo da lusofonia.

Do feminismo à política, passando por questões como o racismo e a diversidade cultural africana, os episódios juntam autores de diferentes nacionalidades em uma conversa com diferentes perspectivas e sotaques.

O primeiro episódio tem como protagonista a escritora Paulina Chiziane, 65, primeira mulher de Moçambique a publicar um romance. Editado em 1990, “Balada de Amor ao Vento” é uma elogiada mistura da oralidade africana com questionamentos contemporâneos sobre o lugar da mulher nesta sociedade.

No programa, Chiziane conversa com a escritora portuguesa Isabel Lucas, enquanto trechos de suas obras são interpretados pela escritora brasileira Veronica Stigger.

A temporada terá 12 episódios, com quatro curadores de diferentes nacionalidades, que conversarão com escritores de cinco países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal.

O projeto une várias instituições de peso – Instituto Camões, Fundação Calouste Gulbenkian e Associação Oceanos – e faz parte da programação cultural da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia. A embaixada de Portugal no Brasil também apoia a iniciativa.

Os episódios estão disponíveis no Spotify.

Confira a programação: 

– 21/01: Paulina Chiziane (Moçambique), Isabel Lucas e Veronica Stigger
– 04/02: Mário de Carvalho (Portugal), Manuel da Costa Pinto, Carmem Morentzsohn
– 18/02: Ana Maria Gonçalves (Brasil), Ondjaki, Roberta Estrela D’Alva
– 04/03: Pepetela (Angola), Rita Chaves, Ricardo Aleixo
– 18/03: Cristovão Tezza (Brasil), Isabel Lucas, Veronica Stigger
– 01/04: José Luiz Tavares (Cabo Verde), Manuel da Costa Pinto, Ricardo Aleixo
– 15/04: José Luís Peixoto (Portugal), Ondjaki, Ronaldo Bressane
– 29/04: Milton Hatoum (Brasil), Rita Chaves e Ricardo Aleixo
– 13/05: Noemi Jaffe (Brasil), Isabel Lucas, Veronica Stigger
– 27/5: José Eduardo Agualusa (Angola), Manuel da Costa Pinto, Ronaldo Bressane
– 10/06: Dulce Maria Cardoso (Portugal), Rita Chaves, Carmem Morentzsohn
– 24/06: Mbate Pedro (MZ), Ondjaki, Roberta Estrela D’Alva

 

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