Ora Pois https://orapois.blogfolha.uol.com.br Um olhar brasileiro sobre Portugal Mon, 29 Nov 2021 10:25:51 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Vinho português inspirado no espaço custa R$ 6,2 mil e já tem várias garrafas vendidas para o Brasil https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/08/03/vinho-portugues-inspirado-no-espaco-custa-r-62-mil-e-ja-tem-varias-garrafas-vendidas-para-o-brasil/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/08/03/vinho-portugues-inspirado-no-espaco-custa-r-62-mil-e-ja-tem-varias-garrafas-vendidas-para-o-brasil/#respond Tue, 03 Aug 2021 16:40:45 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/jupitervinho6milreais_1_original-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=2528 Recém-lançado, o vinho português Júpiter é o primeiro de uma coleção inspirada no espaço. Cada garrafa da bebida tem preço inicial de mil euros (cerca de R$ 6,2 mil) e, segundo os produtores, várias das 600 unidades colocadas no mercado foram vendidas a clientes do Brasil.

“Nós tivemos imensos pedidos do Brasil. Tivemos de fazer uma alocação para o país”, explica o consultor de vinho Cláudio Martins,  da Martins Wine Advisory, um dos criadores do projeto.

O rótulo faz parte do projeto “Wines from Another World”: uma coleção que, a cada ano, lança um novo vinho inspirado no Sistema Solar.

Serão nove vinhos, cada um batizado em homenagem a um planeta. Embora “rebaixado” à categoria de planeta-anão pela IAU (União Astronômica Internacional) em 2006, Plutão também terá um rótulo com seu nome.

Idealizada por Martins, que tem mais de duas décadas de experiência no mercado de luxo de vinhos, a coleção trará vinhos de algumas das melhores regiões vinícolas do mundo: Bordeux, Champagne, Priorat, Toscana, Napa Valley, Mosel, Geórgia e o Douro.

Português, ele optou por começar e terminar com vinhos de seu país, o que surpreendeu muita gente também em sua terra natal. Apesar de os vinhos portugueses terem qualidade reconhecida internacionalmente, os rótulos lusos também são conhecidos pelo preço relativamente baixo.

A região escolhida para a primeira bebida do projeto também chama a atenção, uma vez que o Alentejo é algumas vezes preterido em relação a outras zonas dentro de Portugal.

“É um blend de várias castas indígenas da região da Vidigueira, uvas antigas. Estamos a falar de um vinho que estagiou quatro anos em ânfora, o que não é muito comum. Isso dá o frescor e a elegância que tem este vinho”, avalia.

Vinho Júpiter foi produzido em parceria com Pedro Ribeiro, da herdade do Rocim | Foto: Divulgação
Vinho Júpiter foi produzido em parceria com Pedro Ribeiro, da herdade do Rocim | Foto: Divulgação

No universo dos vinhos, Portugal tem uma peculiaridade: o recurso às muitas castas nativas do país. Na avaliação de Cláudio Martins, embora isso dê um caráter único para as bebidas do país, também pode acabar confundindo consumidores no mercado internacional.

“Ainda não conseguimos mostrar o grande potencial dos vinhos portugueses. Portugal é um país pequenino e tem uma diversidade imensa [de uvas], mas o consumidor não compreende isso. Nós às vezes complicamos, porque uma mesma uva pode se chamar tinta roriz no Douro, mas já tem o nome de aragonez no Alentejo  E, se for na Espanha, essa mesma uva é o tempranilho. Nós confundimos o consumidor”, diz.

Segudo ele, a boa recepção do projeto Wines from Another World, que já tem quase todas as garrafas vendidas, pode ser um sinal de mudanças positivas para os produtores portugueses.

Das 800 unidades produzidas, 600 foram postas imediatamente à venda. As restantes 200 serão liberadas aos poucos, conforme os outros planetas forem sendo lançados na coleção.

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Brasileira começou a fazer coxinhas como renda extra e agora exporta os salgadinhos em Portugal https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/02/21/brasileira-comecou-a-fazer-coxinhas-como-renda-extra-e-agora-exporta-os-salgadinhos-em-portugal/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/02/21/brasileira-comecou-a-fazer-coxinhas-como-renda-extra-e-agora-exporta-os-salgadinhos-em-portugal/#respond Sun, 21 Feb 2021 08:30:44 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2021/02/MadreCoxinha-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=2265 Quando desembarcou em Portugal para uma pós-graduação na área comercial, a cearense Maiara Righi jamais havia feito uma coxinha na vida. Mesmo assim, em 2018, decidiu se aventurar com uma receita do salgadinho durante as celebrações dos santos populares –a versão portuguesa das festas juninas, que levam (em tempos sem pandemia) milhares de pessoas às ruas de todo o país.

A barraquinha improvisada, montada na porta de casa no bairro da Bica, um dos epicentros da boemia lisboeta, fez tanto sucesso que ela decidiu investir na carreira como quituteira.

“Decidi fazer coxinhas meio de brincadeira. Achei que fosse vender umas 10 no máximo. Acabaram esgotando todos os dias”, relembra Maiara.

De olho no fervilhante mercado de eventos da capital portuguesa, a empresária fundou a Madre Coxinha, ainda na cozinha de casa. Impulsionada pelo ritmo frenético dos caterings, a empresa em menos de um ano precisou partir para uma cozinha industrial.

De casa nova e com máquinas recém-importadas do Brasil –suficientes para produzir 4.000 mini-coxinhas por hora– , a Madre Coxinha viu o antes movimentado mercado de eventos em Lisboa simplesmente desaparecer por conta da pandemia da Covid-19.

“Minha ideia sempre foi trabalhar com eventos, que era o mercado que eu queria. Quando chegou a pandemia, eu precisei me reinventar”, diz Maiara.

No lugar das grandes quantidades para bufês, ela decidiu investir em vender o produto congelado, pré-frito e semi-pronto para o consumidor final.

Embalagens de coxinhas pré-prontas | Foto: Divulgação
Embalagens de coxinhas pré-prontas | Foto: Divulgação

“Tive de adaptar o negócio. Investi em embalagens, reduzi porções e adaptei o preço. Foi o que me salvou”, diz a empresária.

Com o lockdown em Portugal, que incluiu o fechamento dos restaurantes, o mercado de delivery deslanchou no país.

Os pacotinhos com entre 23 e 25 coxinhas, que ficam prontas em 8 minutos no forno, acabaram conquistando os portugueses.

“Há uma ligação muito forte entre Portugal e Brasil, então os portugueses normalmente já conhecem a coxinha, não parto de um produto desconhecido. É algo que muitas vezes tem uma memória afetiva”, completa.

O sucesso no mercado de comida congelada na pandemia –aliado às facilidades de comércio no mercado comum europeu– acabaram impulsionado uma vertente até então inesperada do negócio: a exportação.

Com produção baseada em Portugal, a empresa de coxinhas agora exporta para outros países da Europa.

A estratégia tem sido entrar nos outros mercados através das lojas de produtos brasileiros.

Além da versão original, há ainda a opção de coxinhas de carne de sol e vegetarianas.

Em tempos de fronteiras fechadas entre Portugal e Brasil (e outros países europeus), a viagem através da culinária tem sido uma opção para muitos brasileiros saudosos dos sabores de casa.

 

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Bolo-rei: o doce que é mais popular que o panetone em Portugal https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/01/06/bolo-rei-o-doce-que-e-mais-popular-que-o-panetone-em-portugal/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2021/01/06/bolo-rei-o-doce-que-e-mais-popular-que-o-panetone-em-portugal/#respond Wed, 06 Jan 2021 10:06:30 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2021/01/bolorei_portugal-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=2234 Em Portugal, ao contrário da vizinha Espanha, o Dia de Reis (6/1) não é marcado pela troca de presentes entre as famílias. Isso não quer dizer, no entanto, que a ocasião passe em branco em terras lusitanas. A data é marcada por uma iguaria bastante especial: o chamado bolo-rei.

Onipresente nas mesas portuguesas em todo o período das festas de fim de ano, seu consumo é bem mais popular do que do panetone, por exemplo.

O doce é inspirado na tradicionalíssima galette des rois francesa. A versão mais difundida em Portugal é que o bolo-rei foi confeccionado pela primeira vez por Balthazar Castanheiro Júnior, na Confeitaria Nacional, em Lisboa, em 1869.

Trata-se de uma rosca de massa suave, com direito a frutas cristalizadas, frutos secos e ainda polvilhado com uma fina camada de açúcar na cobertura.

De lá para cá, a iguaria se popularizou pelo país, ganhando versões em praticamente todas as pastelarias, padarias e até nas redes de super-mercado.

Após a instauração da República em Portugal, em 5 de outubro de 1910, houve até uma tentativa de alterar o nome da iguaria, removendo a referência monárquica. A ideia acabou não colando e a sobremesa segue com sua pomposa ligação à realeza.

A versão tradicional continha uma fava, ou um pequeno brinde, dentro da massa. A pessoa que tirasse o pedaço “premiado” era declarado o rei ou rainha da mesa. Nos últimos anos, em meio a pequenos acidentes –como dentes quebrados e um certo risco de asfixia–, o costume acabou sendo deixado de lado.

Uma lei de 2011, que tornou mais rígidas as regras para incorporar brindes nos produtos alimentícios, também contribuiu para desencorajar os padeiros a seguir com esta tradição.

Ao longo do tempo, o bolo-rei foi ganhando versões com outros ingredientes. Uma das mais populares é o chamado bolo-rainha, que não tem frutas cristalizadas. Normalmente, ele é composto por uma combinações de frutos secos, como amêndoas e nozes.

Ficou com água na boca? Em confeitarias e restaurantes portugueses no Brasil, é possível achar o bolo-rei.

Também não faltam receitas para quem quiser se aventurar a fazê-lo em casa. Deixo aqui embaixo o vídeo da versão elaborada pela rede Padaria Portuguesa.

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Brasileiro é sommelier de restaurante com 2 estrelas Michelin em Lisboa https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2020/08/27/brasileiro-e-sommelier-de-restaurante-com-2-estrelas-michelin-em-lisboa/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2020/08/27/brasileiro-e-sommelier-de-restaurante-com-2-estrelas-michelin-em-lisboa/#respond Thu, 27 Aug 2020 10:57:36 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/PedroHenrique_sommelier2-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=2095 Explicações detalhadas sobre vinhos portugueses embaladas com um forte sotaque carioca e um largo sorriso no rosto. É essa a experiência de muitos clientes do Alma, restaurante com duas estrelas Michelin instalado no Chiado, em Lisboa.

Há cerca de um ano, Pedro Henrique Ramos, 38, é, junto com o português Filipe Wang, head sommelier do badalado espaço comandado pelo chef Henrique Sá Pessoa no coração da capital portuguesa.

Especialista em vinhos portugueses, Pedro venceu a resistência de ser um estrangeiro trabalhando no disputado universo do vinho em Portugal, onde há mais de duas centenas de variedades exclusivas de uvas.

“Os vinhos portugueses sempre foram uma paixão, e eu me mudei para Portugal justamente para aprender mais sobre eles e trabalhar a fundo com isso”, conta.

Com o objetivo de conhecer mais sobre todas as diferentes etapas do processo de produção dos vinhos lusitanos, Pedro chegou a morar durante alguns meses no Alentejo, no Sul do país, ajudando até na colheita das uvas.

BARREIRAS

Apesar da carreira de sucesso em Portugal, Pedro relata alguns episódios onde houve alguma barreira por ser um brasileiro trabalhando com vinhos em um país com ampla tradição no assunto.

“É raro, mas já aconteceu. Uma vez, uma cliente desconfiou de uma recomendação e fez questão de me falar isso. Mas, depois do jantar, ela pediu desculpas e disse que o vinho era fantástico”, conta ele, que considera uma certa desconfiança como algo natural.

“A melhor resposta é o meu trabalho”, diz.

Nos últimos meses, porém, ele conta ter sido abordado principalmente por seu conteúdo bem-humorado com explicações sobre vinhos nas redes sociais.

VÍDEOS

Publicitário de formação e acostumado a atender ao público, indicando as melhores harmonizações entre os vinhos e as refeições, Pedro decidiu começar a fazer vídeos explicativos sobre o universo da enologia.

Junto com a mulher, a produtora multimídia Liana Saldanha, o sommelier aproveitou a pandemia da Covid-19 para iniciar uma série de conteúdos sobre o universo vínico, que vão desde lives com produtores locais até tutoriais sobre como usar corretamente um decanter.

 

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Chef distribui uma das melhores pizzas de Lisboa a famílias carentes https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2020/07/10/chef-distribui-uma-das-melhores-pizzas-de-lisboa-a-familias-carentes/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2020/07/10/chef-distribui-uma-das-melhores-pizzas-de-lisboa-a-familias-carentes/#respond Fri, 10 Jul 2020 11:07:50 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/TankaSapkota_distribui_pizzas.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=2080 As pizzas do chef Tanka Sapkota acumulam uma série de prêmios e selos de excelência, incluindo a certificação Pizza Verace Napolitana, a principal distinção do segmento. No último mês, elas foram distribuídas gratuitamente a centenas de famílias carentes da região de Lisboa.

Segundo o chef, além de fornecer uma refeição a quem precisa, o objetivo do projeto era também levar um pouco de alegria em um momento delicado como o da pandemia da Covid-19.

Ingredientes orgânicos, massa crocante, tomates DOP e muçarela premium: todos os elementos das receitas originais dos restaurantes estavam lá.

“É a mesma pizza vendida no restaurante, com a mesma qualidade. Quero dar a essas pessoas a oportunidade de comer algo que eu sei que a maioria não teria acesso de outra forma”, explica Tanka Sapkota.

“Muitas famílias recebem e é uma alegria, especialmente para as crianças”, completa.

Pizzas levam ingredientes de qualidade e são feitas poucos minutos antes de chegarem aos moradores | Foto: Divulgação
Pizzas levam ingredientes de qualidade e são feitas poucos minutos antes de chegarem aos moradores | Foto: Divulgação

Além da confecção das massas, era preciso vencer um outro desafio logístico: para garantir a qualidade da pizza, ela tem de chegar ainda quente aos consumidores.

O primeiro passo foi comprar um forno profissional especial e “portátil”, que podia ser transportado para as imediações da área de distribuição das refeições.

Forno é transportado pela cidade e assa as pizzas em cerca de 1,5 minuto | Foto: Divulgação
Forno é transportado pela cidade e assa as pizzas em cerca de 1,5 minuto | Foto: Divulgação

A Câmara Municipal de Lisboa (equivalente à Prefeitura), encarregou-se da distribuição das pizzas, em parceria com instituições de apoio que já operavam no atendimento às famílias carentes. A seleção dos contemplados foi feita com base em cadastros pré-existentes do município.

A crise econômica causada pelo novo coronavírus fez disparar o desemprego em Portugal. A busca por programas de distribuição alimentar subiu de forma inédita, inclusive com profissionais liberais e pessoas da classe média.

RETRIBUIÇÃO

Nascido no Nepal, o chef Tanka Sapkota diz querer retribuir de alguma forma a Portugal, país que o acolheu há 26 anos.

Dono de quatro restaurantes na capital portuguesa –Forno D’Oro, Comme Prima, Il Mercato e Casa Nepalesa-, Sapkota é referência em culinária italiana na cidade.

Sua relação com o universo das massas e da culinária da Itália começou durante um estágio na Alemanha. Anos depois, formou-se na prestigiosa escola de culinária Gambero Rosso, em Roma.

Moradora recebe pizza em Lisboa | Foto: Divulgação
Moradora recebe pizza em Lisboa | Foto: Divulgação

“Fazer alguma coisa pelos outros quando está tudo bem é fácil. É nos momentos difíceis que a nossa ajuda faz diferença”, diz o chef, enquanto prepara umas das 150 pizzas que distribuiu na noite de quarta-feira (8), nas imediações da freguesia da Estrela.

Segundo ele, foi justamente com esse discurso que ele convenceu sua mulher, Sita, a embarcar no projeto. Todos os custos de produção ficaram a cargo do empresário.

Apesar da hesitação inicial, a família toda se envolveu no projeto, inclusive os filhos do casal, que, empolgados, ajudavam a distribuir as caixas de pizza entre os voluntários.

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‘Pãodemia’ provoca corrida por farinha e fermento em Portugal https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2020/04/09/paodemia-provoca-corrida-por-farinha-e-fermento-em-portugal/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2020/04/09/paodemia-provoca-corrida-por-farinha-e-fermento-em-portugal/#respond Thu, 09 Apr 2020 12:45:22 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/paodemia_capa.jpg https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=1977 Após a corrida pelo papel higiênico, os supermercados portugueses enfrentam agora a procura acima da média por farinha e fermento. Nas redes sociais, há quem brinque e atribua o fenômeno à chamada “pãodemia”, um interesse renovado das pessoas por produzirem sem próprio pãozinho em casa.

Como os brasileiros bem sabem, os portugueses são há séculos especialistas na arte da padaria. O país leva a sério a questão, cada região é orgulhosa do seu pão típico e existe até um museu dedicado inteiramente ao assunto, o Museu do Pão, em Seia (centro do país).

Agora, com a pandemia da Covid-19 e mais tempo em casa, o interesse pelo assunto parece ter se renovado. Pesquisa na plataforma Google Trends mostra um aumento expressivo nas buscas por receitas de pão e em explicações sobre como fabricá-lo em casa.

Pesquisas por 'receita de pão' dispararam nas últimas semanas | Foto: Reprodução/Google Trends
Pesquisas por ‘receita de pão’ dispararam nas últimas semanas | Foto: Reprodução/Google Trends

 

O aumento do interesse pela fabricação caseira da iguaria já é sentido nos mercados, onde os relatos de falta de farinha e, principalmente, de fermento, são cada vez mais frequentes.

Prateleiras de fermento estão vazias em vários supermercados portugueses | Fotos: Reprodução e Giuliana Miranda/Folhapress
Prateleiras de fermento estão vazias em vários supermercados portugueses | Fotos: Reprodução e Giuliana Miranda/Folhapress

 

Uma reportagem do jornal Washington Post dá conta de que o aumento pelo interesse na fabricação de pão tem acontecido em vários países da Europa e também nos EUA.

RECEITA DE SUCESSO

Nas redes sociais, a apresentadora Filipa Gomes, à frente de um programa de culinária na televisão portuguesa, é apontada como uma das responsáveis pela “pãodemia”, ao divulgar uma receita simples de pão caseiro, com farinha comum e sem necessidade de horas de trabalho com a massa.

Sem previsão de saída do estado de emergência, em vigor desde 19 de março, é possível que os portugueses ainda tenham muito tempo para testar essas e outras receitas.

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Em Portugal, restaurantes distribuem comida a profissionais de saúde https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2020/03/27/em-portugal-restaurantes-distribuem-comida-a-profissionais-de-saude/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2020/03/27/em-portugal-restaurantes-distribuem-comida-a-profissionais-de-saude/#respond Fri, 27 Mar 2020 15:28:13 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2020/03/Food_For_Heroes.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=1970 Em várias cidades portuguesas, restaurantes e chefs têm criado iniciativas para levar comida saborosa e de qualidade aos profissionais de saúde na linha de frente do combate ao novo coronavírus.

Em Lisboa, uma das primeiras redes de refeições solidárias para médicos e enfermeiros foi a “Food for Heroes” (comida para heróis, em tradução livre), que reúne seis cadeias de restaurantes: Aruki, Chickinho, Home Sweet Sushi, Sushi at Home, Pasta Non Basta e The Burger Guy.

As refeições são disponibilizadas tanto em hospitais da rede pública quanto nos particulares. Os pedidos são feitos por e-mail e entregues diretamente às instituições, com embalagens e sistema de delivery especiais para regras anti-contaminação.

Segundo os idealizadores do projeto, além de ser uma forma de agradecer aos profissionais de saúde pelos esforços no tratamento dos pacientes com a Covid-19, a iniciativa também ajuda a motivar as equipes dos restaurantes, um setor particularmente afetado pelos impactos do estado de emergência em vigor em Portugal.

Pelas regras impostas pelas autoridades lusitanas, atualmente os restaurantes em todo o país só podem funcionar em sistema de refeições para viagem.

Profissionais de saúde recebem refeições do "Food for Heroes" em Lisboa | Foto: Divulgação
Profissionais de saúde recebem refeições do “Food for Heroes” em Lisboa | Foto: Divulgação

ESTRELA MICHELIN

No Algarve, no Sul de Portugal, até um chef com estrela Michelin está distribuindo refeições para profissionais de saúde.

Rui Silvestre, do restaurante Vistas, em parceria com a rede Makro e com a Rede de Emergência Alimentar, está oferecendo refeições para instituição de saúde, asilos e famílias carentes.

Também no Algarve, a chef Noélia Jerónimo, que comanda o restaurante Noélia & Jerónimo, juntou-se à iniciativa.

No Norte de Portugal, região mais afetada pelos casos do novo coronavírus no país, vários restaurantes também têm iniciativas semelhantes. É o caso do Líder, do chef Manuel Moura, e do Euskalduna Studio, do chef Vasco Coelho.

CASOS

Até esta sexta-feira (27), Portugal tem 4.268 casos confirmados de infecção pelo SARS-CoV-2. Pelo menos 76 pessoas morreram em decorrência da Covid-19.

A região Norte concentra mais de 57% dos doentes confirmados: 2.443 pessoas.

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Drag queens fazem sucesso com brunch e aulas de culinária portuguesa em Lisboa https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2020/02/28/drag-queens-fazem-sucesso-com-brunch-e-aulas-de-culinaria-portuguesa-em-lisboa/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2020/02/28/drag-queens-fazem-sucesso-com-brunch-e-aulas-de-culinaria-portuguesa-em-lisboa/#respond Fri, 28 Feb 2020 15:21:33 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2020/02/Drag_Taste_Lisboa-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=1944 Todos os domingos de manhã, Irina Ganache surge performática – com 1,90 m, peruca esvoaçante e maquiagem impecável– entre as mesas coloridas que abrigam cerca de 60 pessoas, entre portugueses e turistas, que lotam o Drag Brunch, um improvável evento que junta culinária portuguesa e apresentações de drag queens.

Com sessões às 11h e às 14h, ao preço de 25 euros (cerca de R$ 125) pelo bufê liberado, os ingressos para os brunchs dominicais costumam esgotar ainda durante a semana: um resultado que ainda surpreende Irina, nome artístico do russo Nikolay Novachuk, um dos sócios do espaço.

Junto com o marido, que é português e sempre gostou de culinária, Novachuk abriu em junho de 2019 o Drag Taste, um espaço dedicado simultaneamente às performances de drag queens e à gastronomia.

O casal, que já tinha como hobby a caracterização, começou organizando jantares temáticos em sua casa, em Sintra (na grande Lisboa). Com o sucesso dos eventos, eles decidiram investir em um espaço aberto ao público.

Workshops de culinária portuguesa atraem muito o público internacional | Foto: Reprodução/Twitter/@DragTaste
Workshops de culinária portuguesa atraem muito o público internacional | Foto: Reprodução/Twitter/@DragTaste

Instalado em um amplo espaço na LX Factory, uma antiga fábrica que foi reformada e virou um dos pontos mais descolados da capital portuguesa, o Drag Taste funciona simultaneamente como um restaurante, ateliê culinário e espaço para espetáculos.

O modelo, porém, demorou a engrenar, e o sócio Nikolay Novachuk conta que o projeto esteve próximo de fechar.

“Aí tivemos a ideia de investir no brunch. Fizemos publicidade, investimos no conceito e tem sido um sucesso”, conta ele, em um português impecável e com leve sotaque.

Além de saborear quitutes típicos de Portugal (e clássicos do café-da-manhã), quem frequenta o brunch assiste a um show com direito a música e coreografia de um grupo eclético (e internacional) de artistas.

Entre o casting há drags da Rússia, do Brasil, de Portugal e até da Colômbia. Normalmente, há entre seis e oito artistas por show.

“Em outros países, o trabalho de drag queen já é mais reconhecido, mas aqui em ainda não. Lisboa era uma cidade em que as drags normalmente só trabalhavam à noite. Aqui, as apresentações são durante o dia, há uma valorização das artistas”, diz Novachuk.

Irina Ganache atrai curiosos enquanto se caracteriza para as apresentações | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress
Irina Ganache atrai curiosos enquanto se caracteriza para as apresentações | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress

Além do brunch, os workshops culinários –e de caracterização de drag queens– também fazem sucesso, especialmente no mercado internacional.

Em fevereiro, várias empresas optaram por fazer eventos de team building no espaço.

“É muito engraçado ver como as pessoas se divertem. Tem uns homens enormes, de barba, que depois dizem que não querem tirar a maquiagem e saem daqui cheios de purpurina”, conta Melk Gaya Sá, cuja versão drag se chama Keyla Brasil.

Professora de teatro em comunidades carentes do Rio de Janeiro e artista circense, Keyla decidiu deixar o Brasil após sofrer ataques homofóbicos em 2018.

“A violência contra a comunidade LGBT piorou muito nos últimos dois anos. Fui vítima de violência várias vezes e saí por causa disso. Aqui, apesar de vez em quando ter um olhar torto, não sinto medo”, conta.

A drag Khaos, nome artístico do português Diogo Conde, é a mais jovem do grupo, com 21 anos. Ela iniciou a carreira há alguns meses.

“Gosto do clima daqui, todo mundo se ajuda”, conta, enquanto prepara sua maquiagem para uma apresentação para um grupo de 60 funcionários de uma multinacional.

Enquanto isso, do lado de fora, dezenas de curiosos param para espiar, através das grandes janelas de vidro, a bancada de vidro em que o grupo se prepara. São em média três horas de caracterização antes dos espetáculos.

“Não é fácil, mas ficamos lindas”, diverte-se Keyla Brasil.

Serviço
Drag Taste
LX Factory
rua Rodrigues de Faria 103, Lisboa
Reservas: bookings@dragtaste.com
Tel.: +351 93 142 33 33

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Fazenda no Alentejo renasce como hotel 5 estrelas premiado https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2020/01/25/fazenda-no-alentejo-renasce-como-hotel-5-estrelas-premiado/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2020/01/25/fazenda-no-alentejo-renasce-como-hotel-5-estrelas-premiado/#respond Sat, 25 Jan 2020 12:35:38 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2020/01/Barrocal_fachada-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=1916 Durante mais de dois séculos, a história da fazenda São Lourenço do Barrocal vem se confundindo com a da própria aldeia de Monsaraz, no Alentejo (Sul de Portugal).

Por décadas, a propriedade foi um latifúndio importante na produção de gêneros agrícolas para a região, mas, no últimos três anos, converteu-se num destino de luxo concorrido, que aqueceu a economia e o setor de serviços de uma zona que acumulava vários anos de estagnação.

Há oito gerações na mesma família, a ideia de converter a fazenda em um espaço de turismo de luxo rural nasceu em 2002, mas o complexo só foi inaugurado em 2016. Desde então, o espaço vem acumulando prêmios especializados.

O design do complexo hoteleiro rendeu ao arquiteto português Eduardo Souto de Moura o Leão de Ouro na Bienal de Arquitetura de Veneza de 2018.

Além de aproveitar a estética de edifícios baixos em cor branca, Souto de Moura incorporou elementos de decoração que pertenciam à família Uva, proprietária da fazenda. Do restaurante à recepção, é possível ver fotos, documentos e até cartas que contam mais de dois séculos da história portuguesa.

FAMÍLIAS

O São Lourenço do Barrocal é assumidamente um espaço com proposta para férias em família.

Dividido em sete prédios, há desde quartos e suítes até apartamentos com dois ou três quartos –com sala e cozinha– para receber grupos maiores.

Quartos têm espaços amplos e mobiliário em madeira tradicional | Foto: Ash James/Divulgação
Quartos têm espaços amplos e mobiliário em madeira tradicional | Foto: Ash James/Divulgação

Com mais de 7 milhões de metros quadrados, há muito o que conhecer na herdade. Desde as vinhas e oliveiras –o hotel tem sua própria produção de vinho e azeite– até as cavalariças e antiga praça de touros.

Uma ótima maneira de explorar o entorno e pegar uma das muitas bicicletas disponíveis na recepção e rodar com calma pela paisagem plana e idílica do entorno da barragem do Alqueva, uma das mais importantes de Portugal.

APOSTA LOCAL

A vocação de fazenda não foi esquecida e há uma produção grande de alimentos orgânicos (ou biológicos, como se diz em Portugal).

O restaurante do hotel usa essencialmente esses ingredientes. O que não está disponível é comprado de produtores da região, em uma forte aposta no desenvolvimento local.

Restaurante aposta em produtos orgânicos e locais | Foto: Nelson Garrido/Divulgação
Restaurante aposta em produtos orgânicos e locais | Foto: Nelson Garrido/Divulgação

O pão artesanal e o queijo regional são alguns dos destaques.

Neste inverno, o chef José Júlio Vintém preparou uma celebração especial ao porco alentejano, uma das principais iguarias da região.

No mercadinho local, mais opções de produtos alentejanos, com direito a tapeçarias, geleias e peças de cortiça.

A afluência de turistas do hotel também deu nova vida à vila de Monsaraz, uma aldeia famosa por seu castelo e pelas casinhas de fachada branca.

Restaurante, lojinhas de artesanato e diversos negócios ligados ao turismo de natureza surgiram nos últimos três anos.

SPA

O conceito de 5 estrelas não estaria completo sem um spa caprichado.

Spa do São Lourenço do Barrocal tem tratamento especial com azeite | Foto: Nelson Garrido/Divulgação
Spa do São Lourenço do Barrocal tem tratamento especial com azeite | Foto: Nelson Garrido/Divulgação

Com a marca da austríaca Susanne Kaufmann, o espaço tem desde as tradicionais massagens relaxantes até tratamentos mais exclusivos, como a massagem com azeite orgânico de produção local. Embora a experiência “gordurosa” do óleo assuste no início, as propriedades de hidratação e bem-estar compensam no fim.

 

SERVIÇO

São Lourenço do Barrocal
7200-177 Monsaraz
Portugal
reservations@barrocal.pt
+351 266 247 140

 

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Após recomeçarem a vida em Portugal, brasileiros fazem porcelana para melhor restaurante do mundo https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2020/01/20/apos-recomecarem-a-vida-em-portugal-brasileiros-fazem-porcelana-para-melhor-restaurante-do-mundo/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2020/01/20/apos-recomecarem-a-vida-em-portugal-brasileiros-fazem-porcelana-para-melhor-restaurante-do-mundo/#respond Mon, 20 Jan 2020 15:30:10 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2020/01/StudioNeves1-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=1904 Considerado o melhor restaurante do mundo na lista World’s 50 Best, o Mirazur, na França, tem agora porcelana feita por uma dupla de brasileiros: Gabi Neves e Alex Hell, do Studioneves.

O casal, que durante  anos foi responsável pelas peças de cerâmica de algumas das casas mais badaladas do Brasil –com clientes como o D.O.M., de Alex Atala e o Maní, de Helena Rizzo– surpreendeu ao encerrar a fábrica que tinha em São Paulo no fim de 2017.

O maquinário, os funcionários e os mais de duzentos clientes foram repassados a uma outra ceramista, enquanto o casal embarcava para recomeçar a vida em Portugal, onde reabriram do zero o estúdio no fim de 2018.

“Saímos do Brasil por causa da violência”, resume Alex Hell.

“Já estávamos com a circulação bastante limitada, evitávamos fazer muita coisa com medo de que algo pudesse acontecer. A gota d’água foi quando houve um assalto à mão armada e nosso filho estava no carro”, completa.

RECOMEÇO

Em terras lusitanas, o casal decidiu retomar o trabalho de cerâmica personalizada para restaurantes. Alugaram um armazém em Alcabideche, na região de Cascais, e esperavam conseguir começar a trabalhar em pouco tempo, o que não aconteceu.

“Fomos surpreendidos pela demora das coisas aqui. O forno, algo essencial para o nosso trabalho, acabou levando muito mais tempo para chegar do que o que era previsto. Como nossa produção era muito menor do que a das grandes fábricas, acabávamos nunca sendo prioridade”, conta Alex.

A diferença de matérias primas, sobretudo a das argilas portuguesas, também foi um desafio.

“Tivemos de reaprender as ‘receitas’ e experimentar muito até entender como a argila se comportava. É tudo muito diferente, inclusive na hora de moldar”, conta Gabi Neves, responsável pela parte artística da produção.

Resolvidas as questões técnicas, o casal foi em busca dos primeiros clientes. As primeiras reuniões foram garantidas através de amigos e de pessoas que conheciam o trabalho do estúdio ainda em São Paulo.

“Temos um conceito de peças personalizadas. Trabalhamos em conjunto com os chefs para conseguir peças exclusivas que se adaptem aos menus. Conseguimos uma qualidade industrial, porque temos material de muita qualidade e queimamos em forno de alta temperatura, mas tudo ainda com personalidade e individualidade”, completa Alex.

O primeiro cliente foi o chef João Rodrigues, que comanda o Feitoria, restaurante com uma estrela Michelin em Lisboa.

Em poucos meses, outros se seguiram em Portugal, desde restaurantes de alta gastronomia até casas com uma pegada mais casual.

Em seis meses de volta à ativa, o Studioneves já tinha clientes de outros países da Europa.

Para chegar aos principais restaurantes do velho continente, porém, eles identificaram que precisavam expandir sua área de atuação para além da cerâmica. Foi aí que decidiram investir também na porcelana.

“Também partimos do zero e, no início, ficou tudo uma porcaria”, fala, rindo, Alex Hell.

Gabi Neves é responsável pela criação das peças | Foto: Divulgação
Gabi Neves é responsável pela criação das peças | Foto: Divulgação

Após muita insistência e um grande volume de produção, o casal conta ter ficado satisfeito com o resultado, que já pode ser conferido em alguns dos principais restaurantes europeus.

“Em junho, entregamos peças para o Asador Etxebarri [no País Vasco, terceiro melhor do mundo pelo 50Best em 2019]. Em agosto, entregamos a primeira produção o Celler de Can Roca [3 estrelas Michelin e duas vezes eleito o melhor restaurante do mundo, em 2013 e 2015]”, enumera Alex.

O casal de artistas costuma dividir a rotina de preparação das produções, além de dicas sobre cerâmica (de esmaltes aos testes de qualidade) com seus seguidores nas redes sociais.

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