Ora Pois https://orapois.blogfolha.uol.com.br Um olhar brasileiro sobre Portugal Mon, 29 Nov 2021 10:25:51 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Pesquisa sobre diplomacia na Amazônia leva prêmio de universidade portuguesa https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2019/12/12/pesquisa-sobre-diplomacia-na-amazonia-leva-premio-de-universidade-portuguesa/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2019/12/12/pesquisa-sobre-diplomacia-na-amazonia-leva-premio-de-universidade-portuguesa/#respond Thu, 12 Dec 2019 16:18:51 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/Paulo-Henrique-Faria-Nune-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=1858 Um trabalho brasileiro foi o primeiro vencedor de um novo prêmio da Universidade do Algarve, no sul de Portugal, dedicado à excelência acadêmica. O livro “A Institucionalização da Pan-Amazônia”, de Paulo Henrique Faria Nunes, professor da PUC Goiás, foi escolhido por unanimidade pelo júri.

A obra analisa a necessidade e também as dificuldades do estabelecimento de uma  “diplomacia pan-amazônica”, uma vez que a floresta representa, simultaneamente, um trunfo e a um motivo de preocupação para o país.

Multidisciplinar, o trabalho tem reúne aspectos de várias áreas do conhecimento e mergulha em documentos e estatísticas sobre a região amazônica.

Segundo o  autor, “a produção dedicada ao assunto é pequena e, consequentemente, os problemas da diplomacia pan-amazônica não figuram entre as leituras regulares de estudantes de geografia, ciência política, relações internacionais e direito”.

Uma das integrantes do júri, a escritora Lidia Jorge destacou a complexidade da obra e seu diferencial em apresentar propostas para melhorar a região.

“Há uma proposta de ação explícita: a necessidade absoluta e imperiosa da instauração de instrumentos jurídicos institucionais, que contribuam para uma articulação eficaz entre os oito estados, tendo em vista o desenvolvimento das populações e mantendo ao mesmo tempo o equilíbrio dos vários ecossistemas cruzados”, afirmou.

Ao aceitar o prêmio, Paulo Henrique Faria Nunes destacou as dificuldades para a atividade dos professores no brasil.

“Nós professores e pesquisadores brasileiros enfrentamos muitos obstáculos para desenvolvermos projetos de investigação, principalmente nas instituições privadas. As universidades brasileiras priorizam exageradamente as atividades do professor em sala de aula e nem sempre estão dispostas a investir na produção do conhecimento”, afirmou.

O PRÊMIO

Criado em comemoração dos 40 anos de fundação da Universidade do Algarve, o prêmio Manuel Gomes Guerreiro –batizado em homenagem ao cientista e primeiro reitor da instituição – teve sua primeira edição em 2019 e será, a partir de agora, anual.

O objetivo é contemplar uma obra publicada, livro ou tese de doutorado, “que contribua para o desenvolvimento científico numa das áreas de conhecimento” da universidade.

A obra vencedora recebe 10 mil euros (cerca de R$ 45,6 mil).

Com mais de 8 mil estudantes, a Universidade do Algarve tem forte presença de estrangeiros: cerca de 23% dos alunos são de fora de Portugal. Embora os estudantes internacionais sejam de 85 nacionalidades diferente, os brasileiros são maioria entre os que vêm do exterior.

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Pesquisa sobre uso de saliva na limpeza dá Ig Nobel de química a Portugal https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2018/09/14/pesquisa-sobre-uso-de-saliva-na-limpeza-da-ig-nobel-de-quimica-a-portugal/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2018/09/14/pesquisa-sobre-uso-de-saliva-na-limpeza-da-ig-nobel-de-quimica-a-portugal/#respond Fri, 14 Sep 2018 18:56:10 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2018/09/Untitled-design-16-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=1442 Um trio de pesquisadores de Portugal conquistou na noite de quinta (13) o prêmio Ig Nobel –espécie de Oscar da zoeira científica– de química com um trabalho sobre o potencial de limpeza da saliva humana em superfícies sujas.

Promovida anualmente pela revista “Annals of Improbable Research“, a distinção diz ter o objetivo de destacar pesquisas que “primeiro provocam risos, depois fazem pensar”. Todos os anos, investigações científicas de todo o mundo são indicadas à laurea.

De autoria dos portugueses Paula Romão, Adília Alarcão e César Viana, o artigo “Saliva humana como agente de limpeza para superfícies sujas” fez uma análise científica do milenar hábito de usar um bocadinho de cuspe para remover manchas e impurezas.

O desempenho da saliva foi comparado ao de agentes químicos e, surpreendentemente, levou a melhor sobre eles.

Assim como os outros premiados, os portugueses entraram na brincadeira e prepararam um discurso de aceitação do Ig Nobel.

Os cientistas não estiveram presentes na cerimônia de entrega, nos EUA, mas enviaram um vídeo agradecendo a distinção e avisando que o truque da saliva, embora eficiente em muitos casos, não vale para a limpeza das cozinhas.

A pesquisadora do Museu de Arte de Harvard Francesca Bewer fez no palco uma demonstração em tom de brincadeira, onde limpou parte de uma tela usando um cotonete com saliva.

Como já é tradição, os vencedores também foram contemplados com um valor em dinheiro: uma nota de 10 trilhões de dólares do Zimbábue, que vale alguns poucos centavos da moeda americana.

MAIS QUE BRINCADEIRA

Apesar da atmosfera de brincadeira, o Ig Nobel é levado bem a sério. A cerimônia de entrega acontece no auditório da Universidade Harvard, em Cambridge (EUA), com a presença de muitos vencedores do Nobel original.

E há quem acumule vitória nas duas láureas.

O holandês Andre Geim que venceu o IgNobel de Física no ano 2000 e faturou o Nobel, na mesma categoria, em 2010.

Em 2018, nenhum brasileiro foi contemplado, mas o país já foi representado em outras edições.

No ano passado, por exemplo, o Brasil foi contemplado em duas categorias.

Confira outros vencedores nesta reportagem da Folha.

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Faculdade portuguesa cria perfume para ‘atrair’ alunos https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2018/03/09/faculdade-portuguesa-cria-perfume-para-atrair-alunos/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2018/03/09/faculdade-portuguesa-cria-perfume-para-atrair-alunos/#respond Fri, 09 Mar 2018 13:44:06 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2018/03/pexels-photo-267885-320x213.jpeg http://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=1206 O Instituto Politécnico de Beja, no Alentejo, apostou numa estratégia inusitada para conquistar seus alunos e atraí-los para a instituição: a criação de um perfume próprio.

A ideia, segundo os responsáveis, foi criar uma fragrância marcante e agradável que identificasse a instituição e que funcionasse bem quando dispersada em espaços abertos, feiras e exposições. O aroma também será usado nas ações de merchandising do instituto.

“Pretendia-se algo diferente que captasse a atenção dos potenciais e atuais alunos, familiares e empresas (futuros empregadores), e que criasse uma sensação de bem-estar que impulsionasse o contato com o IPBeja“, diz o texto de apresentação no site da faculdade.

Perfume tem fragrância e embalagem exclusivas | Foto: Divulgação IPBeja
Perfume tem fragrância e embalagem exclusivas | Foto: Divulgação IPBeja

Para dar vida a esta espécie de “feromônio acadêmico” e tentar que ele agradasse a nerds e baderneiros, os pesquisadores convocados foram ousados: investiram num “floral frutado cujas notas de saída incluem a bergamota, a toranja, o pepino e a magnólia; as notas de coração, são a rosa, o lírio-do-vale, a violeta e a maçã e as notas de fundo, a oriza, o cedro, o âmbar e o sândalo”.

Batizado de “IPBeja”, o perfume será apresentado ao público na Futurália, a maior feira de educação de Portugal, que acontece na semana que vem.

Será que veremos um boom nas matrículas?

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Portugal terá parque com dinossauros em tamanho real https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2017/12/07/portugal-tera-parque-com-dinossauros-em-tamanho-real/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2017/12/07/portugal-tera-parque-com-dinossauros-em-tamanho-real/#respond Thu, 07 Dec 2017 17:40:39 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2017/12/24031193717_e115958c9c_z-180x120.jpg http://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=1100 A região da Lourinhã, no Oeste de Portugal, vai ganhar uma espécie de portal para a pré-história, com a inauguração de um  parque com 120 réplicas de dinossauro em tamanho real.

O espaço terá ainda um museu com exemplares reais de fósseis, muitos deles encontrados na cidade, que foi apelidada de capital portuguesa dos dinossauros.

O empreendimento, que fica a cerca de uma hora de distância de Lisboa, está na reta final de ajustes e deve abrir as portas em fevereiro do ano que vem, bem a tempo do feriado do Carnaval.

Estátuas dos dinossauros já começaram a ser montadas no parque a céu aberto | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress
Estátuas dos dinossauros já começaram a ser montadas no parque a céu aberto | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress

A proposta do Dino Parque da Lourinhã é investir na combinação de informação científica sobre os dinossauros e o entretenimento.

Todas as espécies de animais exibidas —há ainda pterossauros, tartarugas pré-históricas e outros bichões já extintos— foram confeccionadas com orientação de cientistas.

A confecção dos modelos ficou a cargo da empresa alemã Dinosaurier-Park International, especialista internacional na produção de modelos de dinossauros para museus e outros espaços.

Lourinhasauros, o maior do parque, tem 23 m de comprimento | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress
Lourinhasaurus, o maior do parque, tem 23 m de comprimento | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress

“Temos um time de paleoartistas que trabalham em conjunto com cientistas para garantir que o resultado final seja o mais preciso possível”, diz o CEO da empresa, Franz-Josef Dickmann, que esteve nesta semana com a imprensa em uma visita ao espaço.

Um dos destaques do parque português são dois dinossauros nativos da região: o gigante Lourinhasaurus e seu contemporâneo Lourinhanosaurus.

Maior modelo do parque, com 23 metros de comprimento e pesando 5 toneladas, o herbívoro Lourinhasaurus era um saurópode que habitou essa região durante o Jurássico Superior, há cerca de 150 milhões de anos.

Já o carnívoro Lourinhanosaurus foi o responsável por alçar a região da Lourinhãmà fama paleontológica internacional. Foi encontrado um ninho, com ovos ainda com embriões, da espécie.

É fácil se render ao charme dos bichos | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress
É fácil se render ao charme dos bichos | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress

Embora não tenha existido na área onde hoje fica Portugal, o tiranossauro rex, provavelmente o dinossauro mais famoso do mundo, também marca presença no parque.

Por enquanto, o modelo em exposição ainda não recebeu uma camada de penas sobre o corpo —sim, os tiranossauros tinham uma penugem, conforme estudos recentes—, mas os responsáveis pelo parque dizem que isso acontecerá em breve.

Tiranossauro rex ainda "careca" sem as penas | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress
Tiranossauro rex ainda “careca” sem as penas | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress

A ideia inicial é que os visitantes conheçam as espécies em quatro circuitos distintos, cada um abrangendo um período da pré-história. São cerca de 3 km, completamente acessíveis a cadeiras de rodas, recheados de dinossauros.

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UFRJ e Universidade do Porto assinam acordo de revalidação automática de diplomas de engenharia https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2017/08/11/ufrj-e-universidade-do-porto-assinam-acordo-de-revalidacao-automatica-de-diplomas-de-engenharia/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2017/08/11/ufrj-e-universidade-do-porto-assinam-acordo-de-revalidacao-automatica-de-diplomas-de-engenharia/#respond Fri, 11 Aug 2017 13:00:34 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2017/08/uporto5-180x120.jpg http://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=982 Um acordo inédito assinado entre a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a Universidade do Porto, em Portugal, deve facilitar —e muito— a vida de estudantes brasileiros e portugueses.

A partir de agora, os diplomas de engenharia terão validação automática entre as duas instituições.

Hoje, o processo de reconhecimento de um diploma estrangeiro no Brasil é lento, burocrático bastante trabalhoso, uma vez que requer uma minuciosa análise curricular. Não raro, o processo se arrastar por meses e, em casos mais extremos, leva até alguns anos.

O tratado, assinado no fim de julho em Portugal, põe fim à necessidade de análise curricular para a revalidação dos diplomas entre a UFRJ e a Universidade do Porto, sendo o reconhecimento automático.

Agora, os estudantes da UFRJ e da Universidade do Porto terão suas graduações reconhecidas pela outra instituição em um prazo máximo de 30 dias.

“Esse acordo é algo inédito no Brasil.  Isso significa que as duas instituições têm o máximo grau  de confiança recíproca. Estamos atestando que os diplomas emitidos na Universidade do Porto têm a qualidade reconhecida pela Poli  [escola de engenharia da UFRJ]”, conta o reitor da UFRJ, Roberto Leher, em entrevista à Folha.

Pela parte da UFRJ, estão contemplados pelo acordo os cursos de graduação em engenharia civil, engenharia ambiental, engenharia eletricista, engenharia de controle e automação, engenharia de eletrônica e computação, engenharia de produção, engenharia de computação e informação, engenharia mecânica, engenharia metalúrgica e engenharia de materiais.

União Europeia

Além garantir a entrada no mercado português para os estudantes da UFRJ, o tratado permitirá, devido aos acordos de validação e circulação, também a abertura de portas na União Europeia para esses engenheiros.

Para o reitor da UFRJ, Roberto Leher, o convênio deve favorecer ainda os intercâmbios de pesquisa entre Brasil, Portugal e o resto da Europa.

“É uma mudança profunda de horizonte acadêmico. É algo que nos motiva muito, porque isso certamente vai resultar, no futuro, em uma ampliação de projetos de pesquisa brasileiros, incluindo a presença de professores portugueses”, conta.

O reitor conta que o fluxo de estudantes entre Portugal e Brasil tem sido muito intenso nos últimos anos.

“É visível que hoje nós temos um maior engajamento de estudantes brasileiros para buscar novos percursos profissionais e de formação em Portugal. Quando o Brasil estava em um momento econômico melhor, em uma situação política melhor, vieram também muitos portugueses. Agora, com a crise, esse fluxo reduziu um pouco, mas nós acreditamos que cada vez mais teremos esse intercâmbio”, conta.

Outros cursos

A UFRJ está em negociação com a Universidade do Porto para ampliar o acordo para outros cursos além da engenharia.

Além disso, há ainda negociações em andamento com a Universidade de Lisboa.

“Estamos avançando com a Faculdade de Medicina e de Farmácia. Queremos que as tratativas possam ser ampliadas para outras áreas.  Há uma disposição da nossa universidade, e também das universidades portuguesas”, diz Leher.

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Uma das mais antigas do mundo, Universidade de Coimbra faz 727 anos https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2017/03/02/uma-das-mais-antigas-do-mundo-universidade-de-coimbra-faz-727-anos/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2017/03/02/uma-das-mais-antigas-do-mundo-universidade-de-coimbra-faz-727-anos/#respond Thu, 02 Mar 2017 17:21:07 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2017/03/universidadedecoimbra-180x71.jpg http://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=697 A Universidade de Coimbra completou 727 anos nesta quarta-feira (1º).

Pouca gente sabe, mas a instituição, ironicamente, foi fundada em Lisboa em 1290 —ou seja, 210 anos antes do descobrimento do Brasil. Ela só foi transferida para Coimbra em 1537, por ordem do rei d. João 3º.

Seu belo conjunto arquitetônico atrai visitantes de todo o mundo e, desde 2013, a universidade está na lista da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).

Há vários pontos lindíssimos, mas o destaque é mesmo a biblioteca Joanina, na famosa faculdade de Direito de Coimbra. Inaugurada em 1728, a biblioteca em estilo barroco costuma figurar nas listas de mais bonitas do mundo.

Biblioteca Joanina tem mais de 70 mil volumes e é reconhecida mundialmente pela beleza | Foto: Josep Renalias/WikiCommons
Biblioteca Joanina tem mais de 70 mil volumes e é reconhecida mundialmente pela beleza | Foto: Josep Renalias/WikiCommons

Atualmente, a Universidade de Coimbra tem cerca de 22 mil alunos, distribuídos em oito faculdades (letras, direito, medicina, ciências e tecnologia, farmácia, economia, psicologia e ciências da educação, ciências do desporto e educação física).

Desses, cerca de 10% são brasileiros —o maior contingente de estrangeiros na instituição, que aceita até o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como forma de ingresso.

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Portugueses querem batizar planeta com nome “Saudade” https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2015/10/14/portugueses-querem-batizar-planeta-com-nome-saudade/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2015/10/14/portugueses-querem-batizar-planeta-com-nome-saudade/#respond Wed, 14 Oct 2015 10:43:37 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=60 Concepção artística da estrela mu Arae e seus planetas Crédito: Reprodução/IAU
Concepção artística da estrela mu Arae e seus planetas Crédito: Reprodução/IAU

Astrônomos de Portugal criaram uma campanha para batizar um conjunto de planetas fora do Sistema Solar —os chamados exoplanetas— com nomes que homenageiam o país.

A iniciativa faz parte de um concurso mundial promovido pela União Astronômica Internacional para atribuir alcunhas mais charmosas a esses objetos, hoje somente conhecidos por sua complicada nomenclatura técnica.

Os cientistas portugueses querem rebatizar a estrela mu Arae, que fica a cerca de 50,6 anos-luz da Terra, e os quatro planetas que a orbitam.

O sol passaria a se chamar Lusitânia, primeira designação do território que hoje é Portugal. Já o primeiro planeta que foi descoberto no sistema seria Caravela, embarcação que é símbolo das grandes navegações.

O segundo, que tem massa equivalente a 10,6 vezes a da Terra, seria o Adamastor: uma referência ao mito do monstro marinho gigante que impedia os navegadores de cruzarem o  antigo Cabo das Tormentas, hoje Cabo da Boa Esperança (África do Sul).

O nome do terceiro planeta, Esperança, tem dois significados, conforme os cientistas.

“Expressa tanto o sentimento dos portugueses durante a era dos descobrimentos quanto o novo nome dado ao antigo Cabo das Tormentas depois que o explorador português Bartolomeu Dias finalmente o cruzou, derrotando Adamastor”.

O maior e mais distante planeta do sistema, com massa de 576,5 Terras, chamaria-se Saudade, em referência ao sentimento em si e à ligação que a saudade tem com o fado, “um gênero de musica típico de Portugal, recentemente escolhido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco”, diz o texto.

Homenagem aos navegadores --aqui mesmo na Terra-- em Belém, Lisboa Crédito: Giuliana Miranda
Homenagem aos navegadores –aqui mesmo na Terra– em Belém, Lisboa Crédito: Giuliana Miranda

PLANETAS HABITÁVEIS

O conjunto escolhido pelos portugueses é cientificamente bem interessante e guarda similaridades com o nosso próprio Sistema Solar. Além das órbitas parecidas com as de Mercúrio, Terra, Marte e Júpiter, dois dos planetas estão na chamada zona habitável. Ou seja: com possibilidade de água líquida e do desenvolvimento de vida.

O astrônomo Nuno Santos, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço da Universidade do Porto, teve um papel fundamental na caracterização do sistema. Para homenageá-lo, o Planetário do Porto apresentou a candidatura para batizar os novos planetas.

A votação, que comemora os 20 anos da descoberta do primeiro planeta fora do Sistema Solar, está aberta até o dia 31 de outubro e há outros concorrentes fortes.

Um grupo espanhol tenta batizar os mesmos planetas com referências ao escritor Miguel de Cervantes. A estrela levaria o nome do autor e, os planetas, o dos protagonistas de sua obra mais conhecida: Quixote, Dulcinea, Rocinante e Sancho. Além deles, japoneses, colombianos e outros grupos também estão no páreo.

No site da campanha, os cientistas portugueses dão mais detalhes do projeto. 

Ficou com vontade de votar? É só clicar aqui.

Você acha que Portugal tem chances de ganhar essa? Pelo que eu vi, os demais concorrentes também são fortes e o desfecho ainda está imprevisível.

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