Ora Pois https://orapois.blogfolha.uol.com.br Um olhar brasileiro sobre Portugal Mon, 29 Nov 2021 10:25:51 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Desemprego jovem acelera e passa de 25% em Portugal https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2020/08/31/desemprego-jovem-acelera-e-passa-de-25-em-portugal/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2020/08/31/desemprego-jovem-acelera-e-passa-de-25-em-portugal/#respond Mon, 31 Aug 2020 21:42:42 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/lisboa_jovens-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=2117 Os impactos econômicos da pandemia do novo coronavírus vão se revelando em Portugal, onde a crise está sendo especialmente dura entre os jovens, grupo no qual a taxa de desemprego chegou aos 25,6%.

Dados do INE (Instituto Nacional de Estatística), revelados nesta segunda-feira (31) pelo jornal Público, mostram que 1 em cada 4 jovens da população ativa entre 15 e 24 anos não tinha trabalho em junho.

Além destes, há um forte contingente enquadrado em empregos precários e de baixa remuneração.

Desde o início do confinamento, a taxa de desemprego jovem em Portugal vem aumentando. Era de 18,3% em março, foi para 20,6% em abril e avançou para 21,4% em maio, chegando agora a 25,6%.

O resultado é semelhante aos níveis de 2017. No entanto, há três anos, o cenário era de recuperação econômica e de tendência de geração de vagas. Atualmente, as previsões para a economia lusa, assim como a de boa parte da Europa, seguem incertas.

Em junho, a taxa geral desemprego ficou em 7,3%. Segundo especialistas, medidas de apoio à manutenção de emprego têm segurado as demissões por enquanto, o que não deve ter um efeito duradouro após o fim dos auxílios pagos pelo governo.

PIB DESABA

Dados divulgados também nesta segunda-feira indicam ainda uma forte queda no PIB (Produto Interno Bruto) português no segundo trimestre de 2020. Segundo o INE, a redução foi de 16,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A queda no consumo das famílias e da produção para exportação tiveram peso significativo.

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PIB de Portugal tem a 4ª maior queda da zona Euro https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2020/07/31/pib-de-portugal-tem-a-4a-maior-queda-da-zona-euro/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2020/07/31/pib-de-portugal-tem-a-4a-maior-queda-da-zona-euro/#respond Fri, 31 Jul 2020 14:42:50 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2019/06/portugal_-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=2101 Os efeitos do confinamento provocado pela pandemia do novo coronavírus na economia portuguesa foram conhecidos na manhã desta sexta (31) e mostram que o país foi um dos mais afetados da União Europeia: uma queda de 16,5% no segundo trimestre de 2020, em relação ao mesmo período do ano anterior.

O desempenho é o pior da série histórica no país, de acordo com o INE (Instituto Nacional de Estatística).

Segundo dados do Eurostat (órgão que compila estatísticas na UE), o resultado é a quarta maior queda na Zona Euro, entre os países que já divulgaram as estatísticas para o período.

Piores que Portugal, só mesmo os países mais duramente afetados pela pandemia no bloco: Espanha, França e Itália. Países esses que são também grandes parceiros comerciais dos lusitanos.

Até agora, a Espanha teve o pior resultado, com um recuo de 22,1% em termos homólogos no segundo trimestre.

O desempenho português foi pior do que o da média da zona do Euro, que, segundo estimativa da Eurostat publicada nesta sexta,  viu seu PIB encolher 15% no segundo trimestre deste ano.

Fortemente dependente do setor de turismo e de serviços, que segue bastante fragilizado devido às restrições de viagens e aglomerações motivadas pela Covid-19, a economia portuguesa pode continuar comprometida de maneira severa pelos próximos meses.

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Lisboa proíbe novas unidades de aluguel por temporada em vários bairros https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2018/10/23/lisboa-proibe-novas-unidades-de-aluguel-por-temporada-em-varios-bairros/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2018/10/23/lisboa-proibe-novas-unidades-de-aluguel-por-temporada-em-varios-bairros/#respond Tue, 23 Oct 2018 16:33:20 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2018/10/Lisboa_airbn-1-320x213.png https://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=1494 A Câmara Municipal de Lisboa (equivalente da Prefeitura) anunciou nesta segunda (22) uma moratória na autorização de novas unidades de aluguel por temporada, como Airbnb e Booking, em vários pontos da cidade.

A suspensão atinge regiões em que, segundo as autoridades municipais, a oferta de unidades turística já é excessiva. A proibição de novas unidades ficará em vigor por pelo menos12 meses.

A medida afeta algumas das áreas mais nobres da capital portuguesa: Castelo, Mouraria, Alfama, Bairro Alto, Madragoa, Bica, Santa Catarina e Príncipe Real.

Segundo Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, a quantidade de apartamentos por temporada nestas regiões já corresponde a mais de 25% do total de habitações nelas disponíveis.

“Queremos assegurar a qualidade de vida daqueles que aqui moram e trabalham. Precisamos de uma cidade equilibrada”, afirmou Medina.

Os detalhes da questão serão discutidos na Câmara lisboeta nesta semana, e a proibição deve entrar em vigor, após um processo de regulamentação, no início de 2019.

Proibição afeta diversos pontos do centro histórico de Lisboa | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress
Proibição afeta diversos pontos do centro histórico de Lisboa | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress

Apesar de impor um freio às novas unidades turísticas disponíveis, o autarca afirmou reconhecer o papel importante que este setor da economia tem na cidade, além de ter ajudado a reabilitar imóveis degradados.

Fernando Medina não exclui a possibilidade de haver casos especiais de autorização dentro das regiões abrangidas pela suspensão.

“O nosso objetivo é que este regulamento possa tratar de forma diferente realidades diferentes. Se houver propostas para abertura de alojamento local em prédios que estavam devolutos e que, por vezes, pusessem em risco a segurança, ou a conversão de edifícios de escritórios para alojamento local, essas situações deverão ser avaliadas”, completou.

TURISMOFOBIA

Em Lisboa, a quantidade de manifestações contra os inconvenientes trazidos pelo excesso de turismo na cidade tem crescido.

Entre as principais queixas dos moradores está justamente relacionado aos altos preços dos aluguéis, uma vez que muitos proprietários optam pelas plataformas de aluguéis para turistas, que geram mais lucros e pagam menos impostos associados.

Há três meses, o Parlamento português aprovou uma lei que aumenta o poder dos municípios em relação à regulamentação do chamado alojamento local.

Enquanto Lisboa já anunciou que pretende intervir ativamente, outra cidade que tem sentido os impactos do turismo, o Porto, não deve seguir o mesmo caminho.

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Venda de vinho português para o Brasil cresce 55% em 2017 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2018/01/08/venda-de-vinho-portugues-para-o-brasil-cresce-55-em-2017/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2018/01/08/venda-de-vinho-portugues-para-o-brasil-cresce-55-em-2017/#respond Mon, 08 Jan 2018 15:11:07 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2018/01/pexels-photo-290316-180x120.jpeg http://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=1124 Depois de uma significativa retração em 2016, o copo dos brasileiros voltou a se encher de vinho português em 2017.

Dados preliminares da ViniPortugal (Associação Interprofissional do Sector Vitivinícola) mostram que, em relação ao ano passado, a exportação de vinho português para o Brasil cresceu 55,2% em volume e 60,2% em valor.

Os dados comprovam aquilo que os produtores portugueses já percebiam: os brasileiros se interessam cada vez mais pelo vinho do outro lado do Atlântico.

Chamado de “pai dos vinhos do Alentejo”, o enólogo e produtor de vinhos João Portugal Ramos, um dos mais respeitados do país, destaca o interesse dos brasileiros pela bebida “é cada vez maior”.

O produtor João Portugal Ramos | Foto: Divulgação
O produtor João Portugal Ramos | Foto: Divulgação

 

Com 25 anos no mercado, os vinhos de sua empresa já são recorrentes no copo dos brasileiros.

“O Marquês de Borba [vinho do Alentejo] é um dos favoritos do Roberto Carlos”, garante.

Bom momento

Os vinhos portugueses, de uma maneira geral, vivem um momento de reconhecimento internacional, com vários representantes aparecendo nas listas das melhores de publicações especializadas.

Vinhos portugueses do Douro têm conquistado elogios da crítica especializada | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress
Vinhos portugueses do Douro têm conquistado elogios da crítica especializada | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress

Em 2018, o país também volta a receber o Wine Summit, um dos maiores eventos dedicados à enologia do mundo.

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Economia portuguesa tem o melhor crescimento da década https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2017/05/16/economia-portuguesa-tem-crescimento-mais-forte-da-decada/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2017/05/16/economia-portuguesa-tem-crescimento-mais-forte-da-decada/#respond Tue, 16 May 2017 09:30:31 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2017/05/bank-note-euro-bills-paper-money-63635-180x120.jpeg http://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=848 Superando até as expectativas mais otimistas, a economia portuguesa cresceu 2,8% no primeiro trimestre de 2017, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em comparação com os últimos três meses do ano passado, a alta é de 1%, O resultado é o melhor registrado desde 2007.

Os resultados positivos preliminares foram divulgados pelo INE (Instituto Nacional de Estatística).

De acordo com o instituto, a aceleração é resultado do aumento das exportações de bens e serviços.

As informações detalhadas sobre o produto interno bruto só serão divulgadas em 31 de maio, mas o Instituto Nacional de Estatística já deixou bem claro que o turismo —cada vez mais em alta em Portugal— teve um papel importante.

O primeiro-ministro, António Costa, do Partido Socialista, usou as redes sociais para comemorar o resultado e destacar o alívio no arrocho das políticas de austeridade do governo anterior.

 

 

TRAJETÓRIA POSITIVA

Os últimos meses já haviam sido de notícias positivas para a economia lusa. O ponto de destaque foi o resultado do deficit das contas públicas em 2016: 2,1% do PIB, o mais baixo desde a redemocratização em 1974.

Recentemente, os portugueses também comemoraram a queda na taxa de desemprego no país, que saiu de 12,2% em fevereiro de 2016 para 10% em fevereiro de 2017. Foi a segunda maior queda da zona euro, no período comparativo, atrás apenas da Espanha.

Apesar dos bons resultados, não se pode dizer que o país saiu totalmente da crise.

O desemprego, especialmente o jovem, ainda é um problema sério. Além disso, o salário mínimo português, de 557€, segue sendo um dos mais baixos da Europa.

 

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‘Portugal é a porta de entrada do Brasil para o espaço europeu’, diz novo embaixador brasileiro https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2016/12/19/portugal-e-a-porta-de-entrada-do-brasil-para-o-espaco-europeu-diz-novo-embaixador-brasileiro-2/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2016/12/19/portugal-e-a-porta-de-entrada-do-brasil-para-o-espaco-europeu-diz-novo-embaixador-brasileiro-2/#respond Mon, 19 Dec 2016 09:11:57 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2016/12/figueiredo_machado-180x122.jpg http://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=642 Ex-ministro das Relações Exteriores (2013-2014) e antigo negociador-chefe do Brasil em questões ambientais, Luiz Alberto Figueiredo Machado, 61, é  novo embaixador do Brasil em Portugal. Conhecido no meio diplomático como um estrategista, o carioca diz que as relações entre Portugal e Brasil passam por um momento de recuperação e que há bastante espaço para estreitar os laços econômicos.

“Portugal é como a porta de entrada do Brasil para o espaço europeu. Uma empresa brasileira que queira ter acesso ao espaço econômico da Europa encontra em Portugal oportunidades de se instalar e expandir os seus negócios para a Europa em circunstâncias mais favorecidas do que se ela não viesse para cá”, avalia o embaixador, reforçando seu apoio para um futuro acordo entre o Mercosul e a União Europeia, atualmente em discussão.

Com cerca de 85 mil cidadãos vivendo legalmente e, estima-se, pelo menos outros 15 mil de forma irregular, os brasileiros foram a maior comunidade de estrangeiros em Portugal. Uma situação que gera oportunidades, mas também muitos desafios, sobretudo em um momento de recrudescimento das políticas de regularização de imigrantes e de acesso a serviços públicos.

No cargo desde o fim de outubro, Figueiredo Machado me recebeu para uma entrevista na Quinta de Milflores —uma histórica propriedade do século 17 onde está instalada a embaixada do Brasil em Lisboa—, onde comentou essas e outras questões.

Confira, abaixo, os principais trechos da entrevista.

Em que estágio estão as relações empresariais entre Portugal e Brasil?

Eu vejo Portugal como a porta de entrada do Brasil para o espaço europeu. Uma empresa brasileira que queira ter acesso ao espaço econômico da Europa encontra em Portugal oportunidades de se instalar e de, portanto, expandir os seus negócios para a Europa em circunstâncias mais favorecidas do que se ela não viesse para cá.

Nós todos queremos que haja um acordo que abra as portas da Europa para os nossos produtos. Eu sempre fui um ardoroso defensor desse acordo. Mas isso é também muito interessante em termos empresariais e que o investimento que seja feito aqui em parceria ou não com empresas portuguesas para acessar o mercado europeu.

Essa relação hoje não é bem explorada?

Eu acho que pode ser mais bem explorada. Mas obviamente isso dependerá de decisões de cada empresa e de políticas empresariais que não me cabem comentar. Mas abre-se essa opção que é bastante interessante para as empresas brasileiras que queiram se internacionalizar.

Muita gente diz que Portugal considera o Brasil como um país irmão, mas que Brasil vê Portugal como um primo distante. O senhor considera desta maneira?

Não vejo dessa forma. Basta ver o número de brasileiros que vêm a Portugal para visitar. Você não visita um primo distante. E há um enorme interesse por Portugal no Brasil. Basta andar nas ruas aqui e ver a quantidade de brasileiros. E que bom que é assim, porque isso reforça ainda mais o aspecto humano da relação.

A imigração brasileira mudou um pouco de perfil, com profissionais qualificados também vindo para Portugal. O senhor não teme uma fuga de cérebro com os acordos que permitem essa mobilidade?

Eu acho que a movimentação de profissionais qualificados é benéfica. Porque há um intercâmbio de experiência. Sempre que um profissional brasileiro vem para cá, ele traz com ele toda uma bagagem de experiências que ele vai usar. Isso é bom para a economia portuguesa e vice-versa. Todo profissional português que vai para o Brasil, ele leva uma bagagem em benefício da nossa sociedade e da nossa economia.

Eu vivi durante vários anos nos EUA, onde eu servi como diplomata. E eu percebi que lá existe uma movimentação muito grande entre médicos e outros profissionais de várias origens. E isso leva lá, no caso deles, a um enriquecimento do país. E não a um empobrecimento.

Sempre entram cérebros, também sairão cérebros por circunstâncias. Mas o fato é que o intercâmbio traz uma oxigenação às profissões que parece ser bem interessante.

Qual a opinião do senhor em relação à possível revisão do acordo ortográfico, que ainda encontra muita resistência em Portugal?

A língua vai ter sempre diferenças, e é bom que tenha. Como há como inglês dos Estados Unidos para o inglês da Inglaterra e da Austrália. Eles acabam sendo muito diferentes na pronúncia, mas se entendem perfeitamente no discurso, embora haja diferenças também.

Nosso caso com os portugueses é que nós temos diferenças entre os demais países de língua portuguesa na hora de pronunciar. E temos, sim, cada um de nós, regionalismos. Mas nada disso impede uma comunicação fluida. E, obviamente, é importante um acordo que permita ainda mais facilidade na comunicação. Tudo o que aproxima é bom. Claro, respeitados regionalismos, respeitadas certas características culturais. Isso é bom que se mantenha, porque todo idioma é vivo.

Nós criamos no Brasil sempre muitas palavras novas.

O senhor considera ter havido uma deterioração nas condições dos imigrantes?

Eu tenho a percepção que, na Europa, Portugal tem sido um país bastante generoso em relação a imigrantes e até a refugiados. A sociedade portuguesa, eu vejo a discussão, sempre em todos os jornais, há um sentimento sempre de solidariedade. É caso que sempre haverá uma voz discordante, porque democracias são assim.

Como está o interesse dos portugueses pela cultura brasileira?

Parte do trabalho das nossas embaixadas é a promoção cultural do país. Então nós buscamos que os artistas brasileiros sejam recebidos, admirados, ouvidos e vistos. E na grande maioria dos países é sempre um trabalho de formiguinha para tentar abrir espaços. Em Portugal, os espaços já existem e são amplos e genuínos devido à existência de uma demanda pela arte brasileira.

Nós vemos peças de teatro brasileiras, filmes brasileiros no circuito comercial. Sempre há algum cantor, alguma manifestação cultural acontecendo. A embaixada atua, sim, na área de promoção cultural. Porém, não nessa mesma escala. Nós fazemos muitas palestra sobre temas brasileiros, com professores brasileiros, algumas exposições. Coisas, digamos, menos comerciais e que são quase um complemento desse grande espaço cultural que nós temos aqui.

Figueiredo Machado, então ministro de Relações Exteriores, recebe visita de Guterres, que chefiava a agência de refugiados da ONU, em Brasília | Foto: Ana de Oliveira - 02.dez.2014/AIG-MRE
Figueiredo Machado, então ministro de Relações Exteriores, recebe visita de Guterres, que chefiava a agência de refugiados da ONU, em Brasília | Foto: Ana de Oliveira – 02.dez.2014/AIG-MRE

Qual a sua expectativa para o trabalho em Portugal?

Ser embaixador aqui é muito gratificante e intenso. Justamente pela proximidade da relação entre os dois países, é muito impressionante. Politicamente a relação está em um excelente momento.

Estou extremamente animado com essa nova fase, quase com uma retomada das relações. Houve a cúpula Brasil Portugal em Brasília, que passou por vários temas da agenda bilateral. Desde comércio até questões como reconhecimento dos diplomas. Mas também deu ímpeto natural à relação e ao entendimento. Portugal tem sido um parceiro muito importante do Brasil na esfera internacional. Nós valorizamos muito isso.

Além disso, Portugal hoje em dia, aliás como resultado de seu papel e esforços da diplomacia portuguesa, vamos ter um secretário-geral da ONU pela primeira vez que fala a nossa língua. António Guterres é um motivo de grande satisfação para o Brasil, porque era a pessoa mais qualificada para o cargo. Sabemos com certeza que vamos ter nele uma pessoa muito sensível e atualizada nos problemas mundiais. É um amante da paz. Uma pessoa que sabe construir pontes, que é a grande função do secretário-geral da ONU.

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Brasileiros estão gastando menos em Lisboa https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2016/08/30/brasileiros-estao-gastando-menos-em-lisboa/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2016/08/30/brasileiros-estao-gastando-menos-em-lisboa/#respond Tue, 30 Aug 2016 12:38:57 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2016/08/lisboa_chiado-180x120.jpg http://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=516 Uma pesquisa acaba de confirmar aquilo que comerciantes e profissionais do turismo já suspeitavam: os brasileiros pisaram no freio na hora das compras e estão gastando menos dinheiro nas visitas a Lisboa.

Nos últimos anos, os viajantes do Brasil ficaram conhecidos pelos gastos. Estima-se que sejam responsáveis por 15% do mercado de compras dos estrangeiros não europeus.

Mas, nos primeiros seis meses de 2016, houve uma queda de 24% em relação ao mesmo período de 2015. Em média, o brasileiro gastou 256€ (R$ 923) em compras em Portugal.

O levantamento foi feito pela empresa Global Blue, que gerencia operações do chamado tax free —a devolução de parte dos impostos sobre as compras para estrangeiros.

Mas a maré de economia não atingiu apenas os brasileiros. As compras dos não europeus (que têm, portanto, direito ao reembolso de parte dos impostos) caíram como um todo: o valor médio das compras em Portugal foi de 318€, uma queda de 8% em relação ao primeiro semestre de 2015.

O número total de compras caiu 18%.

Das nacionalidades analisadas, apenas os americanos aumentaram os gastos: alta de 26%, chegando a um valor médio de compras de 519€.

Mesmo com a queda, as receitas do turismo e das atividades relacionadas a ele vão muito bem em Portugal como um todo: alta de 10,4% em junho de 2016, em comparação com o mesmo período de 2015.

Entre os lojistas, há a expectativa que a recuperação do valor do real frente ao euro volte a impulsionar o lado mais consumista do brasileiro.

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Portugal quer ser o país das startups https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2016/06/09/portugal-quer-ser-o-pais-das-startups/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2016/06/09/portugal-quer-ser-o-pais-das-startups/#respond Thu, 09 Jun 2016 11:48:33 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2016/06/costastartup-180x115.png http://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=425  O governo de Portugal lançou nesta semana um ambicioso pacote de incentivos que pretende transformar o país em uma espécie de Meca das startups e do empreendedorismo tecnológico.

Batizado de “Startup Portugal”, o programa inclui uma gorda dedução no imposto de renda —até 100 mil € (cerca de R$ 400 mil) escalonados em três anos— para quem investir nessas jovens empresas.

Além disso, foi criada uma “bolsa startup” para incentivar o empreendedorismo de jovens até os 35 anos. O chamado startup voucher garante uma renda mensal de 691,70 € (aproximadamente R$ 2.766,8) para que os jovens empresários possam se dedicar inteiramente ao projeto durante sua fase inicial.

Segundo um comunicado do Ministério da Economia do país, a bolsa startup “é a melhor medida disponível para apoiar os jovens portugueses que emigraram e gostariam de regressar e empreender em Portugal”.

A saída em massa de jovens portugueses qualificados —são cerca de 100 mil por ano desde 2008— em busca de melhores opções profissionais é um dos grandes problemas que o país enfrenta, e a guinada em direção da tecnologia e do empreendedorismo é uma das grandes apostas do governo para reduzir ou reverter a evasão de cérebros.

O atual secretário da Indústria de Portugal, João Vasconcelos, é uma das referências europeias no cenário das startups e a alma por trás do plano nacional de incentivo. Segundo ele, seu país reúne todas as condições para estar na vanguarda da tecnologia.

“Somos muito competitivos em termos de custo. Portugal é muito atrativo para esse gênero de empresas porque a qualidade média do inglês é muito alta relativamente a outros países europeus. E porque somos também um país turístico, com voos low cost para todas as capitais europeias. Ou seja, você pode ter sua empresa aqui e ter seus clientes em Londres, em Paris, em Berlim”, enumera Vasconcelos.

O secretário, que estará no Brasil nesta semana para falar da experiência com as startups no evento “Experimenta Portugal”, organizado pelo Consulado de Portugal em São Paulo, diz ainda que a segurança e a estabilidade do país são outro ponto forte do país.

“Portugal é um dos países mais seguros do mundo, não temos guerra, terrorismo. E essa é uma questão muito importante quando alguém decide onde quer colocar o seu dinheiro”, avalia Vasconcelos.

Um dos principais objetivos do pacote de medidas das startups é também acabar com a mortalidade precoce das pequenas e médias empresas portuguesas. Para isso, estão previstas também o fomento às incubadoras de negócio e até um fundo de investimento do governo em empresas em estágios iniciais de desenvolvimento.

Há também uma boa notícia para os brasileiros. Está em estudo uma espécie de fila rápida para a concessão de vistos para funcionários estrangeiros para essas empresas de tecnologia.

EVENTOS MOSTRAM FORÇA DO SETOR

A força da economia ligada às novas tecnologias e ao digital é facilmente percebida pelos eventos programados em Portugal.

Em 2016, o maior evento de empreendedorismo e startups do mundo, o Web Summit, vai se mudar para Lisboa. São esperadas cerca de 50 mil pessoas de 150 países, com a presença confirmada de vários figurões do meio.

A capital portuguesa desbancou Dublin (sede original do evento) e várias outras cidades europeias.

Um dos maiores eventos da indústria da animação, o “Trojan Horse was an Unicorn” acontece desde 2013 em Tróia, uma cidade da costa Alentejano.

No último fim de semana, Lisboa recebeu também o Landing Jobs Festial, evento organizado pela startup portuguesa homônima que atraiu mais de 60 empresas europeias da área das tecnologias de informação para a cidade.

Jovens participam do Landing Jobs festival, em Lisboa
Jovens participam do Landing Jobs festival, em Lisboa | Crédito: Giuliana Miranda
Além de debates e conferências, o festival era assumidamente um espaço de networking e recrutamento.

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Governo de esquerda completa 6 meses com força política em Portugal https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2016/05/27/governo-de-esquerda-completa-6-meses-com-forca-politica-em-portugal/ https://orapois.blogfolha.uol.com.br/2016/05/27/governo-de-esquerda-completa-6-meses-com-forca-politica-em-portugal/#respond Fri, 27 May 2016 17:00:25 +0000 https://orapois.blogfolha.uol.com.br/files/2016/05/costa_6meses2-180x119.jpg http://orapois.blogfolha.uol.com.br/?p=409 Quando os partidos de esquerda —que têm um longo histórico de divergências e desavenças— anunciaram uma coalizão para governar Portugal, o acordo foi recebido com ceticismo e parecia condenado a ter vida curta. Contrariando essas previsões, o grupo, que ganhou dos opositores o nada carinhoso apelido de “geringonça”, acaba de completar seis meses no poder sem dar sinais de fraqueza.

Vale lembrar: o Partido Socialista do primeiro-ministro António Costa não venceu as últimas eleições. A coligação de centro-direita que governou Portugal de 2011 a 2015 teve mais votos, mas sem obter maioria absoluta. Em uma aliança pós-eleitoral (manobra comum e permitida nos regimes parlamentaristas, embora inédita até então em Portugal), os partidos de esquerda —que somados são maioria no Parlamento— derrubaram o governo de direita e indicaram o chefe de governo.

Após meio ano no poder, a aliança formada por socialistas, Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português tem dado sinais de força na esfera política, avançando com uma agenda de reformas e ampliação de direitos civis.

Nos últimos seis meses, a bancada de maioria de esquerda aprovou a adoção de crianças por casais homossexuais, ampliou o acesso da fertilização in vitro para todas as mulheres (antes, somente aquelas casadas ou em união estável com um homem podiam fazer o procedimento) e regulamentou a chamada barriga de aluguel, entre outros temas.

Mas, se na esfera política as coisas estão sólidas, as medidas econômicas do governo têm causado apreensão entre os organismos da União Europeia, que encaram com pessimismo as medidas econômicas e o orçamento de Estado apresentado por Portugal.

O atual governo também reverteu algumas das medidas de austeridade da administração anterior. Entre elas, há um polêmico retorno à jornada de 35 horas na função pública.

Depois de declarações negativas de algumas agências de risco, foi a vez da Comissão Europeia se pronunciar, afirmando que analisa aplicar sanções a Portugal e Espanha devido ao deficit excessivo.

Em um balanço de seus seis meses no cargo, António Costa ressaltou a “estabilidade” do governo e disse considerar “injusta” a possibilidade de sanções a Portugal neste momento, uma vez que as contas analisadas por Bruxelas são da administração anterior.

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