Taxa de natalidade em Portugal deve finalmente aumentar em 2015
Após quatro anos em queda acentuada, a quantidade de nascimentos em Portugal deve voltar a crescer em 2015. A alta, embora discreta, é considerada um motivo de comemoração em meio a uma população envelhecida e com alta taxa de emigração.
Segundo dados do Instituto Ricardo Jorge divulgados pelo jornal “Expresso”, desde o início do ano têm nascido, em média, seis bebês a mais por dia no país.
A estimativa se baseia na contagem do chamado teste do pezinho, que é feito obrigatoriamente nos recém-nascidos ainda na maternidade.
Apesar da expectativa, as autoridades ainda não “comemoram” publicamente. Muito provavelmente por conta do balde de água fria com os números do ano passado.
Um levantamento preliminar —também baseado na quantidade de testes do pezinho— indicava que o número de nascimentos teria subido. Mas, na hora da divulgação dos dados oficiais, foram identificados erros na contagem, como exames duplicados. Então, em vez da retomada da curva de crescimento, Portugal viu-se diante de um novo mínimo histórico de nascimentos no país: 82.367 bebês.
Os portugueses não querem ter filhos?
A taxa de natalidade diminuiu na Europa como um todo. Em Portugal, o declínio começou na década de 1970 e vem continuando. Com a crise econômica dos últimos anos, os nascimentos se retraíram ainda mais.
As medidas de austeridade impostas pelo governo para lidar com a crise também não têm incentivado quem deseja aumentar a família. Além da alta de impostos e do congelamento de salários, houve uma flexibilização dos contratos de trabalho, que tornaram mais fácil a demissão dos funcionários.
O desemprego em alta, sobretudo entre os mais jovens, também provocou um forte fluxo de saída do país.Entre 2010 e 2013, esse número cresceu mais de 50%, com cerca de 110 mil pessoas deixando Portugal por ano.
Portugal é atualmente o membro da União Europeia com mais emigrantes em proporção à população residente. São mais de 2 milhões de emigrantes, o que significa que mais de 20% dos portugueses vive hoje fora do país.
Para completar, as mulheres também têm optado em ser mães mais tarde.
Um equilíbrio na taxa de natalidade é importante por várias razões, em especial pelo delicado balanceamento das contas públicas. Grosso modo, são os impostos pagos pelos trabalhadores jovens que “bancam” aposentadorias e ouros benefícios dos mais velhos.
E os velhos estão realmente cada vez mais velhos: a expectativa de vida saltou de 67,1 anos em 1970 para 80,2 em 2013. Isso gera pensões por aposentadorias pagas por cada vez mais tempo, além de gastos adicionais com o sistema de saúde.
Com uma população com poucos nascimentos e com cada vez mais idosos, a pirâmide da previdência social e de outras contas públicas se desequilibra perigosamente.
Para tentar reverter a situação, as autoridades têm tentado diferentes medidas de incentivo. Em algumas localidades, os país podem receber um auxílio financeiro para cada novo bebê. Além disso, as crianças também não pagam para usar hospitais ou fazer exames no sistema público —os adultos precisam pagar uma taxa, que varia conforme o tipo de atendimento).
Será que agora vai?
****
Ora Pois no Facebook
Para facilitar o contato com os leitores, o Ora Pois tem uma página no Facebook.
Espero vocês por lá!