‘Cota’ para jogadores de futebol chineses agita o campeonato português

Giuliana Miranda

A invasão chinesa em Portugal já desestabiliza mais do que a balança comercial. Nesta semana, a possibilidade de haver uma “política de cotas” para jogadores e treinadores da China na segunda divisão do campeonato nacional de futebol agitou torcedores e dirigentes.

Tudo começou com uma visita ao país asiático feita pelo presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença, com o objetivo declarado de internacionalizar a competição e de estabelecer novas parcerias.

Aproveitando a viagem, a empresa chinesa Ledman —fabricante de lâmpadas de LED muito usadas na publicidade dos estádios— divulgou um comunicado à imprensa dizendo que irá patrocinar a segunda divisão do campeonato português de futebol, a Segunda Liga, que agora passará a se chamar Ledman Proliga.

Presidente da liga portuguesa participa de evento com patrocinadores na China | Crédito: Divulgação Ledman
Presidente da liga portuguesa participa de evento com patrocinadores na China | Crédito: Divulgação Ledman

E mais: além de parcerias comerciais, o contrato também garantiria a ida de dez jogadores e de três treinadores-assistentes da China para “os dez melhores times da Segunda Liga”.

A notícia pegou os clubes e principalmente os torcedores de surpresa. Não demorou muito até surgirem os primeiros protestos contra a medida.

O campeonato português é famoso por ser aberto a jogadores de outros países. Só para se ter uma ideia: os goleiros dos três maiores clubes do país são todos estrangeiros. O brasileiro Julio César defende o Benfica, o espanhol Iker Casillas joga pelo Futebol Clube do Porto e o recém-contratado sueco Daniel Svensson vai agora compor a equipe do Sporting.

Mesmo assim, a ideia de uma cota para jogadores chineses não agradou em nada aos portugueses. Os clubes, o sindicatos dos jogadores de futebol e muitos torcedores foram reclamar.

Cartolas insatisfeitos se apressaram para dizer que não foram consultados e que não aceitariam a imposição estrangeira plantel.

O presidente da liga, Pedro Proença, declarou à Agência Lusa que a possibilidade de ter uma cota para chineses é “remota”, mas os detalhes do acordo são ainda desconhecidos.

O jornal “Expresso” diz ter tido acesso a dois rascunho do acordo com os chineses. Aparentemente, não haverá obrigatoriedade na contratação dos orientais, mas os clubes que o fizerem devem receber um bônus financeiro. A empresa diz é que vai disponibilizar uma lista “de até dez jogadores e três treinadores-assistentes” que poderiam ser contratados pelos clubes.

O total do patrocínio da Ledman seria de € 4,2 milhões para as duas próximas temporadas.

Os detalhes do acordo devem ser conhecidos pelo público na semana que vem, quando o presidente da liga tem uma reunião com os cartolas.

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