Na contramão da Europa, Portugal propõe medidas de auxílio a refugiados

Enquanto uma boa parte dos países europeus têm apresentado propostas para coibir o fluxo de refugiados —como a Dinamarca, que na semana passada aprovou uma lei para confiscar os bens desse tipo de imigrante — Portugal tem tido uma postura bem mais aberta. Hoje, o país informou que pretende disponibilizar 2.000 vagas no ensino superior para os refugiados.

A proposta foi apresentada hoje à chanceler alemã, Angela Merkel, pelo primeiro-ministro António Costa, que está em visita a Berlim.

Costa disse estar disposto a negociar com a Alemanha, um dos países que mais sofrem com a pressão migratória, soluções “bilaterais” de auxílio.

O primeiro-ministro António Costa e a chanceler Alemã Angela Merkel em encontro no fim do ano passado |  Crédito: Conselho da União Europeia
O primeiro-ministro António Costa e a chanceler Alemã Angela Merkel em encontro no fim do ano passado | Crédito: Conselho da União Europeia

Além disso, o primeiro-ministro português também pretende integrar os refugiados na agricultura. Mais especificamente, em áreas atualmente pouco atraentes para outros trabalhadores, como no cultivo de vegetais em estufas. Hoje os produtores acabam recrutando vietnamitas ou tailandeses por falta de mão de obra na Europa

Enquanto isso, em Portugal, o ministro adjunto Eduardo Cabrita, afirmou a jornalistas que o país tem uma “posição de abertura” em relação aos refugiados e que será possível “aprofundar experiências de integração”.

Com uma população envelhecida e uma grande quantidade de jovens qualificados deixando o país em busca de melhores oportunidades de trabalho, Portugal tem chances reais de se beneficiar com a chegada dos imigrantes.

O ensino superior português tem vagas ociosas e essa seria uma oportunidade de integrar e qualificar os refugiados.

FALTA DE OPORTUNIDADES
O plano português, embora muito bom em termos teóricos, tem uma dificuldade prática: a falta de oportunidade de emprego e os baixos subsídios aos refugiados. Uma situação que torna os países do norte da Europa, apesar dos embaraços, mais atraentes.

Há mais de um ano, uma reportagem da jornalista Carolina Reis no “Expresso” relatou que a situação já estava ruim antes da atual onda de refugiados sírios: sem trabalho, muitos dos alocados em Portugal pelo programa oficial de acolhimento do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) acabavam imigrando ilegalmente para outros países da Europa em busca de melhores condições.

Apesar das boas intenções, ainda há um longo caminho pela frente.

 

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