Entre selfies e show de rock, novo presidente de Portugal investe na proximidade com a população
Há menos de uma semana no cargo, o novo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, tem investido no contato direto com a população. De norte a sul do país, entre shows de rock e visitas a áreas carentes, o chefe de Estado recém-empossado tem distribuído beijos, abraços e selfies, alterando uma longa tradição de muitas formalidades —e até um certo distanciamento protocolar— entre a Presidência e a população.
Essa modalidade de presidência “com afeto” parece estar agradando os portugueses, que têm seguido o presidente em suas midiáticas aparições.
Na última quarta-feira (9), após os rituais tradicionais da posse, Marcelo reuniu milhares de pessoas em um animado show com a participação de vários cantores bastante conhecidos em Portugal, incluindo a fadista Mariza e o sucesso de R&B angolano Anselmo Ralph.
No primeiro fim de semana no cargo, ele abriu as portas do Palácio de Belém (sede da Presidência) para os portugueses. Embora a atitude não tenha sido inédita, o público foi recorde: 6 mil pessoas.
Além de visitarem gratuitamente as instalações e conhecerem o interior do casarão rosa que é o símbolo da República no país, os cidadãos ainda foram cumprimentados por um sorridente presidente, que, como se ainda estivesse em campanha, posou para fotografias e distribuiu beijos e abraços.
PROXIMIDADE
A diferença em relação a seus antecessores no cargo já começa pela maneira com que os portugueses se referem ao novo presidente: apenas pelo primeiro nome, Marcelo. Todos os outros, inclusive o último a ocupar o cargo, Aníbal Cavaco Silva (que anteriormente já havia sido primeiro-ministro), só eram referidos por seus sobrenomes.
Após 15 anos como comentarista político em horário nobre na televisão, Marcelo Rebelo de Sousa já era um dos rostos mais conhecidos do país antes mesmo de se tornar presidente. Sua notabilidade entre os portugueses fez com que ele não usasse cartazes e outros métodos “tradicionais” de propaganda.
Mesmo sem os outdoors eleitorais, o comentarista e professor de direito foi eleito no primeiro turno, sem grande dificuldade, para um mandato de cinco anos, com possibilidade de reeleição.
As expectativas em relação às ações do novo presidente estão elevadas. Em uma pesquisa de opinião divulgada na semana passada, 88,7% dos entrevistados acreditam que “Marcelo vai ser melhor presidente que Cavaco [Silva, seu antecessor]”.
Embora tenha sido uma das mais atuantes figuras da política portuguesa, o ex-presidente Aníbal Cavaco Silva deixou o cargo amargando baixíssimos índices de aprovação, em meio a suspeitas sobre a compra de ações em um banco socorrido pelo Estado e o veto à lei que garantia a adoção de crianças por casais homossexuais.
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