Vindimas: uma tradição portuguesa que se transformou em atração turística disputada
O ritual de passar um dia no campo colhendo uvas para depois amassá-las com os pés em um grande tonel –o chamado lagar– tem despertado a atenção de quem visita Portugal.
O costume, antes familiar e essencialmente regional, ressurgiu como atração turística em diversos pontos do país. Há cada vez mais visitantes interessados em conhecer de perto como é feita —ou pelo menos como era antigamente— a produção do famoso vinho português.
Tudo acompanhado por música tradicional e, claro, por muita comida típica.
SETEMBRO
O mês de setembro, que marca o finzinho do verão e o início do outono, é a principal época das vindimas. Neste período é feita a colheita das uvas que darão origem aos vinhos do ano.
Tradicionais no país, as vindimas sempre foram um momento de celebração e de reunião de familiares e amigos.
Ainda é comum em Portugal que as famílias tenham algumas parreiras que são usadas para produzir um vinho próprio.
Por conta disso, as vindimas sempre tiveram ares de reunião familiar e da comunidade, regadas a muita música, comida farta e bate-papo entre os participantes.
Apesar do clima de festa, o recolhimento dos cachos de uva deve ser feito com cuidado. O trabalho de apanhar as frutinhas, mesmo entre os grandes produtores, ainda é essencialmente manual.
Depois de colhidos, os cachos devem ser transportados para os armazéns o mais rápido possível. Uvas amassadas e muito expostas ao sol podem acelerar a fermentação e, com isso, comprometer o resultado final dos vinhos.
EXPERIÊNCIA
A maioria dos pacotes turísticos de vindimas inclui ainda uma sessão para pisar nas uvas recém-colhidas, ao som de músicas típicas. Um momento um tanto melado, mas que costuma render boas risadas.
A moderna produção de vinhos permitiu que essa etapa fosse substituída pelo maquinário enotécnico de ponta. Mas, para fins turísticos, a pisa de uvas permanece firme e forte.
A região do Douro, no Norte de Portugal, concentra o maior número de produtores que oferecem vindimas turísticas, mas há opções por todo o país. Inclusive bem pertinho de Lisboa.
Deixo aqui algumas opções:
Herdade das Servas (Estremoz, Alentejo): Para grupos de até oito pessoas. Há duas modalidades: uma que inclui almoço (50€, cerca de R$ 184) e outra sem (25€, cerca de R$ 92). Os visitantes fazem um tour pela propriedade e depois põem as mãos na massa na colheita. Por fim, há a experiência de pisar a uva em lagares de mármore. Os participantes recebem diploma de participação e uma garrafa de vinho. Se segunda a sexta. É obrigatório reservar pelo telefone +351 268 322 949 ou pelo email info@herdadedasservas.com
Herdade do Esporão (Reguengos, Alentejo) – As vindimas acontecem até 24 de setembro. O programa, que custa 80€ (R$ 295) por pessoa, inclui, além da vindima, passeio pela adega e pela cave, com direito a prova de vinhos e um almoço regional. De segunda a sábado. É preciso reservar com pelo menos de 48h de antecedência pelo telefone +351 266 509 280 ou por e-mail: reservas@esporao.com
Quinta de La Rosa (Douro): o programa da centenária propriedade começa no fim da tarde, com passeio pelas vinhas, tour na adega, jantar e a chamada lagarada (pisa das uvas no lagar). Acontece nas duas últimas semanas de setembro e nos primeiros dias de outubro e custa 50€ (cerca de R$ 184) por pessoa. Reservas pelo telefone +351 254 732 254 ou pelo e-mail vindimas@quintadelarosa.com.
Harvest weekend (várias partes do país): organizado pela rede social de vinhos Adegga, o evento acontece em vários pontos de Portugal nos dias 17 e 18 de setembro. Há opções a partir de 35€ (R$ 129). Mais informações no site do evento.
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