Futuro secretário-geral da ONU, português promete combater violência sexual nas missões de paz
Ex-primeiro-ministro de Portugal e futuro secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres prestou nesta semana seu juramento para o cargo, que assume em 1º de janeiro de 2017. Conhecido por seu perfil conciliador e por gostar de “pôr as mãos na massa”, Guterres usou a ocasião para dizer que vai combater questões polêmicas dentro da organização, como a quantidade crescente de denúncias de abusos sexuais praticados por soldados sob a bandeira da ONU.
Para Guterres, o sistema ONU ainda “não fez o suficiente” para a prevenção e combate aos crimes de violência e exploração sexual “contra aqueles que nós deveríamos proteger”.
“Eu vou trabalhar de perto com os estados-membros em medidas estruturais, legais e operacionais para tornar a política de tolerância zero [contra crimes sexuais] uma realidade”,disse o ex-premiê português em seu discurso na sede da organização em Nova York, na segunda-feira à noite.
Guterres também prometeu combater a famosa burocracia da ONU.
“A ONU precisa ser ágil, eficiente e efetiva. Deve focar-se mais na entrega do que nos processos, mais nas pessoas e menos na burocracia”,
“Olhando para a regras e regulamentações orçamentárias e de pessoal da ONU, alguém pode pensar que algumas delas foram desenvolvidas para impedir, em vez de promover, o cumprimento efetivo de nossos mandatos”, afirmou Guterres. “Ninguém se beneficia se nós levarmos nove meses pôr em campo um membro da equipe”, completou.
DESAFIOS
Guterres, 67, duas vezes primeiro-ministro de Portugal e líder da agência de refugiados da ONU por uma década (2005-2015), tem uma longa lista de desafios pela frente. Tanto dentro da organização como no instável cenário internacional.
A crise dos refugiados na Europa e na África, a maior desde a Segunda Guerra Mundial, promete tomar um bom tempo de sua agenda.
O combate às mudanças climáticas, um dos principais legados de seu antecessor no cargo, o sul-coreano Ban Ki-moon, também é visto com apreensão devido à eleição de Donald Trump, que têm se cercado de nomes ligados à indústria do petróleo e de céticos do aquecimento global.
António Guterres será o nono secretário-geral nos 71 anos da instituição, sendo o primeiro que tem o português como lígua materna.
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