Há 43 anos, Revolução dos Cravos devolvia democracia a Portugal
Feriado nacional, com direito a manifestações patrióticas por todo o país, o 25 de abril é uma das datas mais celebradas de Portugal. Neste dia, em 1974, acontecia a chamada Revolução dos Cravos, que pôs fim à ditadura iniciada 48 anos antes.
Era um momento de grande insatisfação popular. Portugal vivia dificuldades econômicas e estava imerso em 13 anos de conflito armado em suas então colônias na África. Partidos políticos estavam proibidos e a censura reprimia a imprensa e manifestações artísticas, como a música e a poesia.
Em um movimento planejado, e que pegou o regime (já enfraquecido) de supresa, setores das Forças Armadas, principalmente capitães que haviam participado das guerras coloniais, entrara em ação na madrugada de 25 de abril. O sinal combinado era justamente reproduzir no rádio músicas e poemas proibidos pela censura.
Uma das mais emblemáticas é “Grândola, Vila Morena”, de José Afonso. A canção, que fala sobre a força e o poder do povo, virou uma espécie de hino da data.
Rapidamente, os militares revolucionários tomaram postos estratégicos do exército e do governo. O grupo anunciava a intenção de promover eleições e o grupo foi ganhando adeptos entre a população civil pelo país inteiro.
De golpe de Estado, o movimento ganhou ares de revolução.
E os cravos?
Vendedores de flores começaram a distribuí-los. Enquanto os militares colocavam os cravos nos canos de suas armas, a população os segurava e colocava na lapela das roupas.
A componente militar, é claro, teve papel crucial.
Comandada pelo capitão Salgueiro Maia, um comboio de tanques militares marchou para Lisboa e cercou o quartel onde estava Marcello Caetano, que em 1968 havia substituído António de Oliveira Salazar no comando da ditadura em Portugal.
Sem violência e diante da queda iminente, Marcello Caetano se rendeu e entregou o poder aos revolucionários.
Um ano depois, em 25 de abril de 1975, os portugueses foram às urnas. Era o retorno oficial à democracia, que permanece desde então.
Exílio no Brasil
Líder do regime ditatorial, Marcello Caetano embarcou para o Brasil logo depois da Revolução dos Cravos.
Caetano morreu no Rio de Janeiro em 1980.
Manifestações
A data é celebrada em todo o país, com direito a discurso do presidente da República e festejos nas ruas.
Neste ano, a residência oficial do primeiro-ministro esteve aberta à visitação.
Em Lisboa, houve uma tradicional passeata no centro da cidade. Além de celebrar os valores democráticos, o ato também chama a atenção para questões atuais, como dificuldades vividas pelos imigrantes e desemprego.
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