Alentejo: bons vinhos, história milenar e praias paradisíacas conquistam turistas
Portugal está na moda e, depois do sucesso de Lisboa e o Porto, é a vez do Alentejo, no centro-sul do país, virar queridinho dos turistas.
De janeiro a junho de 2017, a quantidade de visitantes aumentou 10% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados nesta semana pelo INE (Instituto Nacional de Estatística) português.
Inglês, francês, portunhol… passear pelas cidades alentejanas é se deparar com vários idiomas e sotaques, para alegria dos comerciantes da região, uma das mais empobrecidas de Portugal e que há anos sofre com a emigração de seus habitantes para a capital ou para outros países.
Diante da variedade de atividades da região, não há motivos para os turistas ficarem entediados.
Enoturismo
O vinho é um dos produtos mais emblemáticos da região, e as vinícolas estão apostando cada vez mais na paixão dos turistas pela bebida.
Os passeios que incluem visitas às plantações de uva e à área de confecção de vinho são perfeitos para um bate-volta a partir de Lisboa. Com estradas bem conservadas e ampla sinalização, faz-se o trajeto em menos de duas horas.
De olho no potencial do mercado, há cada vez mais empresas que oferecem esse tipo de passeio, algumas inclusive dedicadas ao público brasileiro.
“A vantagem dos tours é a praticidade e o conforto, além de não ter de se preocupar com a questão de beber e dirigir”, diz o empresário Márcio Gomes, dono da One Day Wine Experience.
O pacote “básico” às vinícolas em geral inclui uma visita à adega e a prova de vinhos —devidamente harmonizados com alguns petiscos.
Os mais interessados podem passear pelas plantações, conhecer a área onde a uva é processada e, dependendo da época do ano, até participar da colheita, a chamada vindima.
É bom ficar atento à questão climática: o Alenjeto é muito quente no verão. Então, pessoas mais sensíveis ao calor podem preferir deixar este programa para uma outra altura.
História
A região tem uma história milenar. Grupos caçadores e coletores já visitavam a região, que posteriormente teve ocupações romanas.
Em Évora, uma das principais atrações é o templo romano, um dos cartões-postais da cidade.
A construção, do século 1, era provavelmente uma homenagem ao imperador Augusto, que era venerado como um deus.
Um pouco mais afastado do centro da cidade, o Cromeleque dos Almendres é uma espécie de Stonehenge luso.
Acredita-se que as obras tenham sido erguidas entre (5.500 a.C – 4.500 a.C).
As pedras gigantes tinham um uso ritual. A região, encontro das maiores bacias hidrográficas do sul de Portugal, era considerada estratégica especial para aquelas populações.
Mais recentes, os fortes e as muralhas de Elvas, construídos no século 17, são verdadeiras obras de arte.
O projeto é tão fascinante que foi declarado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como patrimônio da humanidade.
Praias
A costa alentejana costumava ser um dos segredos mais bem guardados dos portugueses. Felizmente, isso está começando a mudar.
As belas praias do Alentejo contam cada vez mais com uma boa infra-estrutura turística e ainda são uma opção menos lotada ao Algarve, tradicional destino de férias do país.
As águas calmas e cristalinas da região de Tróia e da Comporta atrai muitas famílias.
Um ponto negativo, porém, é difícil de contornar: a água do mar é bem fria.