Filho do presidente português lidera viagem de brasileiros interessados em investir em Portugal
Liderados pelo executivo Nuno Rebelo de Sousa, filho do presidente de Portugal, um grupo de cerca de 70 empresários brasileiros embarcou para uma viagem de “imersão” no ambiente de negócios português, incluindo uma participação intensa no Web Summit, um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, que reuniu 60 mil pessoas de mais de 150 nacionalidades em Lisboa na semana passada.
“Portugal quer ser a plataforma das empresas brasileiras que buscam investimento na Europa”, diz Rebelo de Sousa, antes de enumerar o que, na sua opinião, são as várias vantagens de se fazer negócios do outro lado do Atlântico.
“O ecossistema [de investimentos] está muito bem organizado em Portugal. Se você quer criar uma empresa, você tem todo o tipo de apoio. Você tem incubadora, aceleradora, vários espaços de co-working. Hoje você tem um ecossistema de start-ups e empresas estrangeiras se estabelecendo em Portugal, inclusive fazendo pesquisa e desenvolvimento”, conta o executivo
“No Brasil, se você não tem dinheiro para começar a sua empresa, é muito difícil você conseguir investidor nesse early stage. O grande investimento é mais fácil no Brasil, porque há alguns fundos dedicados a isso. Mas aí você tem de estar faturando R$ 10 milhões, ter pelo menos 3 anos de operação. Isso dificulta muito”, diz Rebelo de sousa.
Presidente da Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil, Nuno Rebelo de Sousa diz que a parceria entre empreendedores portugueses e brasileiros pode ser benéfica também na perspectiva lusitana.
“A proposta é que start-ups brasileiras venham para Portugal e testem o seu conceito, a sua versão beta. Assim pode-se ver se a prova de conceito funciona, começar a faturar o seu primeiro, segundo milhão de euros, e depois começar a crescer e internalizar para o Brasil”, explica.
Portugal quer ser país das start-ups
Nos últimos anos, Portugal tem investido em iniciativas para se consolidar como um polo internacional das novas empresas de tecnologia.
Entre as medidas estão a criação de um fundo de investimentos, o Portugal Ventures, além de uma série de incentivos governamentais.
Na semana passada, foi anunciado até um regime especial de vistos para empreendedores estrangeiros que queiram abrir uma start-up no país.
“Portugal é um país de dez milhões de habitantes e tem uma empresa unicórnio [start-up avaliada em mais de R$ 1 bilhão], enquanto o Brasil, que é um país de 200 milhões de habitantes, não tem nenhuma”, diz o empresário, destacando as experiências bem-sucedidas de Portugal no assunto.