Ex-presidente de um dos maiores times de Portugal é preso sob acusação de mandar agredir jogadores
Bruno de Carvalho, ex-presidente do Sporting, um dos principais times de futebol de Portugal, foi preso na noite de domingo acusado de 56 crimes, incluindo terrorismo.
Segundo os investigadores, o antigo cartola teria articulado um plano para agredir jogadores e o treinador do clube. Em maio deste ano, torcedores descontentes com os resultados do Sporting foram até centro de treinamento do time, onde agiram com violência com a comissão técnica e os atletas.
Após o episódio, e de uma série de polêmicas, Carvalho acabou destituído da presidência do clube por uma assembleia geral entre os sócios.
Agressões
Em um ataque sem precedentes no futebol português, mais de 40 pessoas entraram na Academia do Sporting, em Alcochete (cidade próxima de Lisboa), com o intuito de agredir os jogadores.
Durante 20 minutos, dois grupos de torcedores partiram à caça dos atletas e da comissão técnica nas instalações do clube. Houve tumulto no vestiário, onde a maioria tentou se refugiar.
Mais de dez jogadores relataram agressões, além do próprio técnico, Jorge Jesus.
Por conta da violência, diversos atletas rescindiram o contrato com o Sporting por justa causa. Um dos casos mais famosos é o de Rui Patrício, goleiro da seleção portuguesa, que se transferiu para a Inglaterra, onde atualmente defende o Wolverhampton Wanderers.
Processos
Segundo o Ministério Público, o então presidente do clube não só sabia do plano de agredir os atletas como teria sido um de seus articuladores. Ele teria contado com a ajuda do líder da Juveleo, principal torcida organizada do Sporting.
Assim como Bruno de Carvalho, o chefe da organizada, conhecido como Mustafá, também foi detido neste domingo. Além das acusações relacionadas à violência com os jogadores, a polícia encontrou ainda drogas na sede da torcida.
Os dois prestam depoimento a um juiz nesta terça e devem seguir detidos. Outras 38 pessoas também estão presas por ligação ao episódio.
Em entrevista à tv portuguesa, o advogado de Bruno de Carvalho negou que o ex-presidente do clube de Alvalade tenha qualquer participação no caso.