Portugueses voltam a restaurantes e museus em segunda fase do desconfinamento

Aos poucos, os portugueses estão retomando a rotina.

Portugal começou a segunda fase de seu desconfinamento gradual na última segunda-feira (18), com a reabertura de museus, lojas de rua de até 400 m2 e de restaurantes.

Em uma tradicional tasca de Alcântara, em Lisboa, o cheiro forte de desinfetante praticamente abafa o aroma do bacalhau recém-saído do forno.

No salão, funcionários  usando máscaras e viseiras de acrílico explicam longamente as novas instruções de segurança, pedindo que clientes respeitem o distanciamento entre as mesas, permaneçam de máscara até estarem sentados e evitem pagamentos em dinheiro.

Pratos e talheres são trazidos embalados individualmente e são postos à mesa na presença dos clientes. Os cardápios ganharam versões individuais e descartáveis.

Em meio ao vai-e-vem do serviço de almoço, garçons desinfetam as mãos de maneira orquestrada a cada passagem pelo dispensador de álcool em gel.

É assim, com muitas medidas de segurança e com limitação de até 50% da capacidade, que muitos restaurantes voltaram às atividades em Portugal, após dois meses de portas fechadas por conta da pandemia do novo coronavírus.

O regresso à “normalidade”, porém, ainda causa estranhamento aos portugueses.

Muitos dos estabelecimentos já identificaram que, com regras de distanciamento social e sem o fluxo de turistas dos tempos pré-pandemia pode ser difícil fazer com que as contas fechem.

Em Portugal, restaurantes voltaram a receber clientes na última segunda (18) | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress
Em Portugal, restaurantes voltaram a receber clientes na última segunda (18) | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress

Normalmente apinhado de turistas e com uma longa fila à porta, o tradicional Pastel de Belém retomou suas atividades com fluxo de clientes bastante abaixo do normal.

O mesmo se passou com vários restaurantes do entorno, tradicionalmente lotados devido à proximidade com atrações turísticas icônicas da capital portuguesa, como a Torre de Belém e o mosteiro dos Jerónimos.

“Não sei como há de ser. Estou aberto, mas não há clientes que cheguem. Isto aqui não era nem 10% de um dia normal”, lamenta Fernando Gomes, gerente de uma churrasqueira.

Também reaberto agora, o mosteiro dos Jerónimos também teve um fluxo de turistas bastante abaixo de um dia de sol forte na primavera.

Neste e em outros museus, a quantidade de pessoas liberadas está mais limitada e é obrigatório o uso de máscara.

REABERTURA

O processo de reabertura de Portugal foi dividido em três etapas.

Na primeira, iniciada há duas semanas, reabriram lojas de até 200 m2, livrarias e cabeleireiros.

Cabeleireiros voltaram a funcionar na primeira fase da reabertura, em 4 de maio | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress
Cabeleireiros voltaram a funcionar na primeira fase da reabertura, em 4 de maio | Foto: Giuliana Miranda/Folhapress

Além de lojas, cafés e restaurantes, estudantes também voltaram às salas de aula. Algumas disciplinas presenciais foram retomadas para alunos do último ano do secundário (equivalente ao Ensino Médio) e nas creches.

Na próxima fase, a partir de 1º de junho, lojas com mais de 400 m2 e shoppings poderão reabrir. Cinemas e teatros também são liberados, mas com lotação reduzida, lugares marcados e obrigação de distanciamento.