Vinho português inspirado no espaço custa R$ 6,2 mil e já tem várias garrafas vendidas para o Brasil
Recém-lançado, o vinho português Júpiter é o primeiro de uma coleção inspirada no espaço. Cada garrafa da bebida tem preço inicial de mil euros (cerca de R$ 6,2 mil) e, segundo os produtores, várias das 600 unidades colocadas no mercado foram vendidas a clientes do Brasil.
“Nós tivemos imensos pedidos do Brasil. Tivemos de fazer uma alocação para o país”, explica o consultor de vinho Cláudio Martins, da Martins Wine Advisory, um dos criadores do projeto.
O rótulo faz parte do projeto “Wines from Another World”: uma coleção que, a cada ano, lança um novo vinho inspirado no Sistema Solar.
Serão nove vinhos, cada um batizado em homenagem a um planeta. Embora “rebaixado” à categoria de planeta-anão pela IAU (União Astronômica Internacional) em 2006, Plutão também terá um rótulo com seu nome.
Idealizada por Martins, que tem mais de duas décadas de experiência no mercado de luxo de vinhos, a coleção trará vinhos de algumas das melhores regiões vinícolas do mundo: Bordeux, Champagne, Priorat, Toscana, Napa Valley, Mosel, Geórgia e o Douro.
Português, ele optou por começar e terminar com vinhos de seu país, o que surpreendeu muita gente também em sua terra natal. Apesar de os vinhos portugueses terem qualidade reconhecida internacionalmente, os rótulos lusos também são conhecidos pelo preço relativamente baixo.
A região escolhida para a primeira bebida do projeto também chama a atenção, uma vez que o Alentejo é algumas vezes preterido em relação a outras zonas dentro de Portugal.
“É um blend de várias castas indígenas da região da Vidigueira, uvas antigas. Estamos a falar de um vinho que estagiou quatro anos em ânfora, o que não é muito comum. Isso dá o frescor e a elegância que tem este vinho”, avalia.
No universo dos vinhos, Portugal tem uma peculiaridade: o recurso às muitas castas nativas do país. Na avaliação de Cláudio Martins, embora isso dê um caráter único para as bebidas do país, também pode acabar confundindo consumidores no mercado internacional.
“Ainda não conseguimos mostrar o grande potencial dos vinhos portugueses. Portugal é um país pequenino e tem uma diversidade imensa [de uvas], mas o consumidor não compreende isso. Nós às vezes complicamos, porque uma mesma uva pode se chamar tinta roriz no Douro, mas já tem o nome de aragonez no Alentejo E, se for na Espanha, essa mesma uva é o tempranilho. Nós confundimos o consumidor”, diz.
Segudo ele, a boa recepção do projeto Wines from Another World, que já tem quase todas as garrafas vendidas, pode ser um sinal de mudanças positivas para os produtores portugueses.
Das 800 unidades produzidas, 600 foram postas imediatamente à venda. As restantes 200 serão liberadas aos poucos, conforme os outros planetas forem sendo lançados na coleção.