Arte portuguesa ‘invade’ São Paulo

São Paulo vive uma verdadeira invasão de artistas portugueses em setembro: quase 300 de obras de cerca de 50 autores estão expostas na cidade.
Duas novas exposições e uma participação de peso na Bienal –é a maior delegação estrangeira no evento– levam para a capital paulista o que há mais representativo na arte contemporânea de Portugal.
Há exemplares para todos os gostos, desde pintura e ilustrações até grandes instalações e obras audiovisuais.
Para marcar o momento, o ministro da Cultura de Portugal, Luís Filipe Castro Mendes, e o primeiro-ministro, António Costa, estiveram em São Paulo para conferir de perto o intercâmbio artístico.
“É uma participação inédita [de tantos artistas portugueses]. Temos muito interesse em mostrar a arte de Portugal aos brasileiros”, afirmou o ministro, em conversa com jornalistas.
GRANDES NOMES
As obras expostas em São Paulo apresentam novos talentos da arte portuguesa, mas também trazem ao Brasil grandes nomes do cenário de Portugal.
A megaexposição “Portugal Portugueses – Arte Contemporânea” é considerada a maior do gênero já apresentada e traz nomes de peso como Paula Rego e Joana Vasconcelos.
Em cartaz no Museu Afro Brasil, no Ibirapuera, a mostra reúne pinturas, esculturas, fotografias e instalações que traçam um panorama completo da arte lusitana contemporânea.
Um dos destaques da exposição é a instalação “Coração Independente Vermelho”, de Joana Vasconcelos.
Trata-se de uma interpretação de um dos mais icônicos símbolos de Portugal: o coração de Viana, associado à cidade de Viana do Castelo e a um culto religioso.

“Por muitas razões, a arte portuguesa tem um leque enorme de situações que nos comove, porque nele existem resquícios da África, do Brasil e, naturalmente, do próprio Portugal”, avalia o curador da mostra, Emanoel Araujo, no texto de apresentação.
BIENAL
Os portugueses são o maior contingente estrangeiro nesta edição da bienal de artes de São Paulo. Participam Carla Filipe, Gabriel Abrantes, Grada Kilomba, Lourdes Castro e Priscila Fernandes.
Lourdes Castro é um nome já consagrada da arte portuguesa e seu trabalho influenciou significativamente as novas gerações. Natural da ilha da Madeira, ela participa da bienal com dois trabalhos: a instalação “Un Autre Livre Rouge” e a série de desenhos “Sombras aà volta de um centro”.
A instalação faz parte de um trabalho iniciado há quase quarenta anos em parceria com seu marido, o também artista Manuel Zimbro (1944-2003). Durante mais de duas décadas, a dupla coletou materiais vermelhos, entre objetos e capas de livros e revistas. O nome do traballho –que em tradução livre significa um outro livro vermelho– é uma referência ao “Livro Vermelho” de Mao Tsé Tung.

Há uma grande referência à história da arte brasileira, com a obra “Desvio para o Vermelho” de Cildo Meireles.
Paralelamente, o Consulado de Portugal em São Paulo organiza a exposição “O futuro será uma réplica” , que reúne trabalhos dos mesmos artistas que estão na bienal, mas com obras ligadas a outros temas.
SERVIÇO
Portugal Portugueses – Arte Contemporânea
9 de setembro a 8 de janeiro de 2017
Museu Afro Brasil
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n
Parque Ibirapuera – Portão 10
São Paulo / SP – 04094 050
Fone: 55 11 3320-8900
Terça-feira a domingo, das 10h às 17h com permanência até as 18h
32ª Bienal de São Paulo – Incerteza viva
10 de setembro a 11 de dezembro de 2016
Pavilhão da Bienal – Parque do Ibirapuera, Portão 3
São Paulo / SP
das 9h às 19h
O Futuro será uma Réplica
7 de setembro a 11 de dezembro de 2016
Consulado Geral de Portugal em São Paulo
Rua Canadá, 324
São Paulo/SP
Segunda a sábado, das 10h às 18h
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