Polícia de Lisboa faz campanha para alertar sobre golpe da maconha falsa
Quem mora em Lisboa já está cansado de saber que muitos dos “traficantes” que anunciam drogas em alto e bom som nas áreas mais turísticas da cidade são impostores oferecendo gato por lebre. Ou melhor: vendendo louro prensado (e às vezes até orégano) como se fosse maconha.
Já os turistas, ao contrário dos locais, são uma presa fácil para os criminosos. Diante do problema cada vez maior —e da impossibilidade legal de prender alguém por tráfico de tempero—a Polícia de Segurança Pública de Lisboa, juntamente com a junta de freguesia (espécie de subprefeitura) de Santa Maria Maior, lançou nesta quarta-feira uma inusitada campanha de conscientização.
Em folhetos distribuídos nos bairros mais afetados, as autoridades avisam, em português e em inglês, que os viajantes não devem confiar nos supostos traficantes lisboetas.
“Nesta zona vende-se louro prensado como de fosse haxixe. Precisa de tempero? Há louro mais barato na mercearia”, diz a a peça, ilustrada com um potinho contendo folhas de louro.
O folheto da polícia alerta ainda sobre a ideia de comprar drogas assim meio suspeitas: “NÃO ARRISQUE!”.
Em caixa alta e com exclamação.
O lançamento da campanha teve direito até a manifestação na famosa rua Augusta, com cartazes alertando para o problema.
PROBLEMAS
As autoridades da cidade alertam que o esquema é tocado por uma rede bem estruturada. Cerca de 50 pseudo-traficantes já foram identificados pela polícia, que diz monitorar as atividades.
Mesmo com tanta gente no ramo, o negócio, aparentemente, vai de vento em popa, dada a quantidade crescente de apreensões. Em 2016, foram mais de 800.
Apesar da mensagem descontraída, as autoridades alertam para o ambiente de insegurança trazido por esse tipo de golpe. Muitos turistas, sem saberem que não se trata de droga de verdade, acabam achando que o centro da cidade é uma terra sem lei, em que traficantes atuam à luz do dia sem qualquer constrangimento.
Em Portugal, o consumo de drogas não é crime, mas a posse e o comércio, sim.
Uma das alternativas discutidas para tentar driblar a prática é proibir o comércio de louro por vendedores ambulantes no centro da cidade.
Ainda não se sabe quantos turistas deixaram de comprar haxixe falsificado, mas a campanha já faz sucesso na internet.
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